CDL critica prefeitura de BH após Kalil cancelar reunião com comerciantes: 'completa incapacidade'

Lucas Borges
@lucaslborges91
07/07/2020 às 20:13.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:58
 (Eugênio Moraes/arquivo Hoje em Dia)

(Eugênio Moraes/arquivo Hoje em Dia)

A Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) criticou duramente na noite desta terça-feira (7) a decisão da prefeitura de cancelar a reunião com representantes do comércio da capital, que seria realizada nesta quarta-feira (8). Segundo a entidade, a decisão foi tomada de forma autoritária e unilateral.

Além disso, a nota da CDL afirma que o atual cenário na saúde publica da capital é efeito de uma promessa não cumprida pela prefeitura. "Voltamos a denunciar a completa incapacidade do executivo municipal de abrir os leitos prometidos em 29 de maio. Caso a prefeitura tivesse cumprido a sua promessa, hoje o índice de ocupação de leitos de UTI seria de 45% e o índice de ocupação de leitos de enfermaria de 38%". 

O anúncio do cancelamento foi feito pelo prefeito Alexandre Kalil (PSD), nesta terça, na sede da prefeitura, durante reunião com representantes de associações, sindicatos e conselhos da cidade, que apoiam as medidas de isolamento social recomendadas pelo Comitê de Enfrentamento ao Coronavírus.

"Suspendi agora a reunião que teria com os empresários amanhã, às 14h, porque eu não tenho o que dizer a eles. Os números não nos permitem nada diferente do que está acontecendo hoje", disse Kalil.

Desde o dia 29 de junho, apenas os serviços essenciais estão liberados para funcionar em Belo Horizonte. A explosão de casos, mortes e internações pelo novo coronavírus levou o Comitê de Enfrentamento à Covid-19 recuar o processo de flexibilização da cidade.

A reportagem entrou em contato com a assessoria da prefeitura para saber sobre as ponderações da CDL sobre a responsabilidade na falta de leitos e aguarda retorno.

Confira a íntegra da nota enviada pela CDL/BH:

A Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) não participou da reunião realizada hoje entre o prefeito Alexandre Kalil e os sindicatos majoritariamente ocupados por militantes da esquerda, portanto, desconhece as razões que levaram ao cancelamento da reunião.

A entidade não somente é contrária ao cancelamento, decisão mais uma vez tomada de forma autoritária e unilateral pela prefeitura, como também volta a denunciar a completa incapacidade do executivo municipal de abrir os leitos prometidos em 29 de maio.

Caso a prefeitura tivesse cumprido a sua promessa, hoje o índice de ocupação de leitos de UTI seria de 45% e o índice de ocupação de leitos de enfermaria de 38%. Ambos os indicadores permitiriam a reabertura segura do comércio, como estava ocorrendo anteriormente.

A CDL/BH mais uma vez reitera a sua posição de enfrentar essa pandemia salvando vidas, mantendo empresas e preservando empregos.

Prefeitura de BH se defende

Por meio de nota enviadaà reportagem, a Prefeitura de Belo Horizonte se manifestou em relação às críticas da CDL/BH sobre a gestão durante a pandemia.

A PBH afirmou que houve um aumento de mais de 560%  no número de leitos na capital no período entre março e julho deste ano e voltou a explicar o motivo que fez com que o prefeito optasse em voltar atrás na reabertura do comércio na cidade.

Confira a nota enviada pela PBH: 

A Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, informa que em julho já foram disponibilizados 168 leitos destinados aos casos de Covid na Rede SUS-BH – 29 UTis e 139 enfermarias. Em junho foram disponibilizados 262 leitos – 111 UTIs e 151 enfermarias.Somando as unidades Covid de enfermaria (937) e UTI (360), o SUS-BH conta hoje com 1.297 leitos. Em março, eram 196 leitos Covid: 82 de UTI e 114 de enfermaria. Um aumento de mais de 560% de leitos (no comparativo março/julho).

O aumento da oferta de unidades para o atendimento de pacientes acompanha o planejamento feito pela Secretaria Municipal de Saúde junto aos hospitais e a evolução dos indicadores epidemiológicos e assistenciais em relação à pandemia.

Fase de controle

O aumento do número de casos de Covid-19 em Belo Horizonte, e em consequência disso do número de atendimentos em Centros de Saúde, Unidades de Pronto-Atendimento, Hospitais da Rede SUS/BH e transportes de pacientes pelo SAMU, foi fundamental para que no dia 26/6, a Prefeitura decidisse retornar a cidade para a fase de controle (funcionamento apenas de atividades essenciais) a partir de segunda-feira, 29/06.Belo Horizonte já registrou 8.744 casos e 190 mortes por Covid-19. Já a taxa de ocupação de leitos está em 91% para UTIs Covid e 84% para demais UTIs. Em enfermarias, a taxa de ocupação é de 70% Covid e 69% não Covid.

A Secretaria Municipal de Saúde destaca que para conter a contaminação pelo novo Coronavírus é extremamente necessário que a população siga as medidas de prevenção como o uso de máscaras, distanciamento de 2 metros, isolamento social e higienização das mãos.

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