Por conta da pandemia e pessimista com a economia, brasileiro adia sonhos para 2022

André Santos
andre.vieira@hojeemdia.com.br
30/03/2021 às 20:12.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:33
 (ARQUIVO PESSOAL)

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As incertezas quanto à saúde geradas pela pandemia, que já matou mais de 300 mil pessoas no país, e a crise econômica que o vírus gerou fizeram com que grande parte dos brasileiros adiasse sonhos, priorizando a realidade.

Após um ano de isolamento social, economia em frangalhos e a explosão do contágio da Covid-19, os brasileiros parecem já acreditar que os horizontes de recuperação só devem chegar mesmo em 2022. É o que mostra a primeira edição do “Radar Febraban”, divulgado ontem pela Federação Brasileira de Bancos. 

Para a maior parte dos entrevistados (54%), as condições financeiras das famílias devem ter alguma evolução no próximo ano. Em relação à economia nacional, sete em cada 10 (75%) dos cerca de 3 mil entrevistados em todo o país acreditam que o cenário não terá grandes alterações, em 2021. 

A pesquisa também sinaliza que os sonhos foram postergados para quando - e se - a crise passar: 25% querem viajar, 23% desejam comprar ou trocar de imóvel e 21% farão reformas em casa. 

“Grande parte das famílias tem ou teve que conviver por um longo período com perdas financeiras, esvaziamento das reservas, redução salarial, desemprego. Diante de tantas dificuldades enfrentadas, não é de se estranhar o pessimismo”, diz o cientista político e sociólogo Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do Ipespe, responsável pela pesquisa.

Diante do quadro atual, muitos mineiros reviram ações e puseram de molho projetos elaborados antes da pandemia. O casal Alberto Cabral, 51, e Valéria Abreu, 53, pretendia trocar o apartamento em que moram, no bairro Santa Efigênia, por outro, no Funcionários, e chegaram a colocar o imóvel à venda. Receberam propostas, mas a pandemia chegou. 

Psicóloga especializada no atendimento a crianças, Valeria teve de fechar o consultório por seis meses, em 2020, e transferiu algumas consultas para o ambiente virtual. Alberto, representante comercial, por sua vez, por ser do grupo de risco precisou preservar-se ainda mais e passou a, trabalhar em casa. Sem saber como ficariam as finanças, os dois acabaram adiando os planos. 

“Não é momento de entrar em uma dívida que possa comprometer nossas reservas financeiras. Diante de um cenário assim, o melhor que fazemos é esperar, ver se as coisas clareiam um pouco mais”, afirma Valéria.

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