Sem estoque

Queda nas doações de leite pode comprometer atendimento a prematuros em BH

Luiz Augusto Barros
@luizaugbarros
Publicado em 12/02/2022 às 08:45.
GELADEIRA VAZIA – Queda nas doações de leite no Hospital Sofia Feldman já dura seis meses, mas o atual cenário é o pior já enfrentado (Fernando Michel/Hoje em Dia)

GELADEIRA VAZIA – Queda nas doações de leite no Hospital Sofia Feldman já dura seis meses, mas o atual cenário é o pior já enfrentado (Fernando Michel/Hoje em Dia)

A assistência a bebês prematuros – com baixo peso ou infecções graves internados em UTIs neonatal – pode ficar comprometida pela falta de leite materno nas unidades de saúde de Minas. Na Maternidade Odete Valadares, em BH, centro de referência para coleta, o estoque está um terço abaixo da média. No Hospital Sofia Feldman, também na capital, não há pasteurização desde quarta-feira.

No complexo da região Norte, a situação é crítica, com apenas 2 litros de leite materno disponíveis no momento. São necessários ao menos cinco para realizar o processo. Em janeiro, foram captados 69 litros - bem inferior à capacidade de pasteurização, que é de 120. O cenário se repete há pelo menos seis meses.

A coordenadora do Banco de Leite, Cíntia Ribeiro, lembra que a doação salva a vida de muitas crianças. Diz que a queda pode ter várias explicações. “O retorno ao trabalho também faz com que as mulheres deixem de doar, porque acabam retirando apenas para o filho, ou por algum problema de saúde, ansiedade”, avaliou. 

Com as geladeiras vazias, o Estado busca aumentar a quantidade de leite recebido. Uma campanha deve ser lançada nos próximos dias. Segundo a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), a Odete Valadares recebeu 168 litros no mês passado para atender 145 crianças. A média de volume doado é de 250 litros. 

 (Fernando Michel/Hoje em Dia)

(Fernando Michel/Hoje em Dia)

Maria Hercília Barbosa, coordenadora do Banco de Leite Humano da maternidade, lembra que o período de férias é, historicamente, de menor contribuição. “Geralmente, temos uma baixa nas doações. Quando chegamos em fevereiro, fazemos campanhas para reabastecer os estoques, procurar novas doadoras”, afirmou.

Maria Rita, hoje 2 anos, precisou do serviço. A mãe, a enfermeira Teresa Lira Cunha, de 31, tinha dificuldade em produzir leite. “Foi fundamental para conseguir amamentá-la”. Agora, ela quer retribuir. “É importante para as crianças e para mim, pois estimula a produzir mais”.

Como ajudar

Para contribuir, as mães precisam ter boa saúde, não fumar nem beber, não usar medicamentos contraindicados, não ter tido hepatite, nem ter feito transfusão de sangue no último ano. Além disso, é necessário que estejam amamentando o filho e tenham excedente de leite.

Não é necessário se deslocar. Basta entrar em contato com os bancos de leite por telefone. Será realizada uma triagem e a avaliação dos exames. 

Depois, as equipes irão até a casa da doadora recolher os frascos. Mas quem quiser fazer a boa ação pessoalmente, basta comparecer aos bancos de leite (veja os endereços ao lado).

Outro pedido é para auxiliar com frascos de vidro de 250ml ou 500ml, com tampa de plástico, como os de café solúvel, por exemplo. “Tem muita gente que joga fora. Doe para a gente, na unidade Carlos Prates ou na Tupi”, lembrou Cíntia Ribeiro.

Quem quiser ajudar o Hospital Sofia Feldman deve comparecer à rua José Condé, 71, Tupi, ou rua Padre Eustáquio, 807, Carlos Prates, de segunda a sexta, das 8h às 16h. O telefone de contato é o 3433-7496 ou 98623-0780. Já a Odete Valadares é na avenida do Contorno, 9494, Prado. O telefone é 3298-6008.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por