No Brasil, os números impressionam. A obesidade infantil afeta 3,1 milhões de crianças com menos de 10 anos. Os dados do Ministério da Saúde. Risco para todas as idades, o sobrepeso está associado a males como diabetes, hipertensão e problemas respiratórios. Locomoção restrita é outro problema.
No Dia da Conscienti-zação sobre Obesidade Infantil, celebrado nesta terça-feira (3), a Associação Mineira de Reabilitação (AMR) chama a atenção para o perigo dos impactos do excesso de peso na saúde e bem-estar de crianças e adolescentes.
Mais do que uma questão estética, a obesidade pode comprometer a mobilidade e a autonomia, especialmente em quem já tem algum nível deficiência física.
A nutricionista Bruna Silveira, da equipe da AMR, explica que o sobrepeso pode dificultar movimentos, causar dores nas articulações, afetar o sono e a respiração, além de interferir no uso de dispositivos como cadeiras de rodas ou órteses.
“O excesso de peso também aumenta o risco de doenças como diabetes, colesterol alto, hipertensão e constipação intestinal, o que pode impactar ainda mais o dia a dia da criança e de quem cuida dela”, afirma.
Segundo a especialista, o cuidado com a alimentação deve ser individualizado e respeitar as necessidades e possibilidades de cada criança. “Algumas têm um gasto energético menor por se movimentarem pouco. Outras enfrentam desafios na alimentação, como seletividade, recusa alimentar, engasgos ou o uso de sondas. Por isso, é fundamental um acompanhamento nutricional que leve em conta todos esses fatores”, destaca Bruna.
Na AMR, a nutrição é parte do processo de reabilitação. “Não se trata de dietas restritivas, mas de oferecer alimentos que nutram de verdade, nas quantidades certas e com respeito aos hábitos da família”,pontua a profissional. “Nosso papel é orientar de forma acessível, acolhedora e eficaz, promovendo o crescimento saudável com mais conforto e menos barreiras”, completa.
Reflexão
Para a AMR, o 3 de junho convida pais, cuidadores e profissionais a refletirem sobre como apoiar nossas crianças a crescerem com mais saúde, liberdade e qualidade de vida.
Para a instituição, a resposta passa por oferecer oportunidades reais de desenvolvimento e uma rede de apoio que incentive hábitos saudáveis desde a infância.
A AMR é uma instituição filantrópica, sem fins lucrativos que, há mais de 60 anos, atende crianças e adolescentes com deficiência física e em vulnerabilidade socioeconômica.
Em 2022, foi reconhecida como a melhor ONG de Saúde do Brasil pelo prêmio Melhores ONGs, e em 2024, figurou novamente entre as 100 melhores do país.
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