
A realização do check-up pós-Covid até mesmo em quem teve a forma leve da doença vem tornando-se uma prática de segurança. Já é consenso entre especialistas que os cuidados com os pacientes não terminam com o fim dos sintomas da Covid, já que mesmo após o vírus deixar o organismo podem ocorrer sequelas cardíacas, pulmonares e neurológicas.
Um estudo da Universidade Imperial College London, referência em pesquisas sobre a Covid no Reino Unido, traz um alerta sobre a necessidade desse acompanhamento médico. Pesquisadores identificaram pelo menos 203 sintomas associados a dez sistemas do corpo humano, que podem persistir por meses após o fim da infecção causada pelo coronavírus.
De acordo com o pneumologista Paulo Salles, do Hospital Albert Sabin (HAS), em São Paulo, a parte respiratória é a mais afetada no pós-Covid e requer atenção redobrada no check-up.
“Complicações frequentes após a doença são tosse, dificuldade ao respirar, falta de ar e cansaço. Tais sintomas podem desaparecer em algum tempo. Contudo, se forem persistentes, são considerados sequelas e devem receber atenção médica especializada”, alerta o médico, membro da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT).
De acordo com Salles, os tratamentos consistem na vigilância e na diminuição dos sintomas e desconfortos respiratórios. “Muitas vezes, são realizados exames laboratoriais e de imagens para o correto diagnóstico da doença, tal como o grau”, explica.
Detectar as sequelas da Covid na fase inicial é importante para que o tratamento tenha mais sucesso.
“Apresentando qualquer sintoma, o paciente deverá procurar assistência médica especializada o mais breve possível. Como muitas outras, as doenças pulmonares respondem melhor aos tratamentos quando diagnosticadas precocemente”.
Coração
De acordo com diretrizes da SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia), pessoas que contraíram o coronavírus, inclusive assintomáticas, devem passar por avaliação médica cardiológica —incluindo exame físico e clínico, além do eletrocardiograma em repouso.
“Seja com um clínico geral ou cardiologista, a avaliação médica é de extrema importância, principalmente se houver sintomas como dor, falta de ar, palpitações, inchaço nas pernas e membros inferiores ou alterações de sono”, diz o cardiologista do Hospital Albert Sabin Ausonius Sawczuk.
O médico explica que, após a cura da doença, o recomendado é que quem teve o quadro de moderado a grave faça os exames em duas semanas. Já os casos leves podem procurar um médico em três semanas.
“Os resultados das baterias iniciais vão ditar em quanto tempo a repetição da avaliação será necessária”, completa.
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