O câncer de próstata é o segundo tipo mais comum entre os brasileiros, com estimativa de 72 mil novos casos por ano até 2025, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). A demora na busca pelo diagnóstico aumenta os casos de tumores metastáticos, reduz as chances de controle da doença e pode limitar o acesso a terapias.
O estigma em torno do autocuidado masculino ainda é uma barreira significativa para a saúde dos homens. Ir ao médico ou realizar exames preventivos, por exemplo, são atitudes frequentemente adiadas. Levantamento do Centro de Referência em Saúde do Homem de São Paulo revela que 70% dos homens que procuram atendimento médico o fazem por influência de mulheres ou filhos. Em muitos casos, só buscam ajuda quando os sintomas já são evidentes, fazendo com que mais da metade de pacientes cheguem ao consultório com a doença em estágio já avançado.
“Ao receber um diagnóstico tardio, as opções terapêuticas tornam-se mais limitadas, exigindo abordagens específicas para estágios avançados da doença. É importante destacar que mesmo para esses pacientes com poucas opções, com o avanço da medicina, já existem terapias que trazem uma nova esperança”, explica Fernando Korkes, médico urologista no Hospital Israelita Albert Einstein e chefe do Grupo de Uro-Oncologia da Faculdade de Medicina do ABC (FMABC).
“Quanto antes a doença for identificada, maiores são as chances de sucesso no tratamento e de acesso a abordagens mais adequadas a cada fase do câncer”, reforça Korkes. O cuidado deve começar com consultas periódicas, acompanhamento médico e exames de rotina, mesmo sem sintomas aparentes.
Nos casos em que o câncer de próstata já se encontra em estágio avançado, quando o tumor se espalha para outros órgãos além da próstata, o cuidado contínuo e a adesão ao tratamento seguem sendo fundamentais.
Nessas situações, o acompanhamento com uma equipe multidisciplinar e o início do tratamento podem ajudar a controlar o avanço da doença, reduzir sintomas e ampliar a qualidade de vida.
Ainda que o diagnóstico não seja precoce, procurar um médico e iniciar o tratamento indicado pode fazer grande diferença na trajetória do paciente, avisam especialistas. Estudos mostram que os homens vivem em média 5 a 7 anos a menos do que as mulheres pela falta de cuidado com a saúde.
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