Saúde

Estudo descobre que remédio para diabetes pode ajudar na prevenção do Alzheimer

João Paulo Martins
joao.oliveira@hojeemdia.com.br
05/08/2022 às 16:35.
Atualizado em 05/08/2022 às 16:51

Segundo estudo do Instituto Karolinska, da Suécia, publicado em junho na revista científica Neurology, um medicamento usado para tratar diabetes pode ajudar a proteger contra a doença de Alzheimer. Os resultados sugerem que a proteína alvo da droga pode estar envolvida no tratamento do problema neurodegenerativo.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que aproximadamente 50 milhões de pessoas são vítimas de algum tipo de demência no mundo. Atualmente não há tratamento que possa alterar o curso dessa condição.

Por isso são importantes as abordagens alternativas, como a do estudo sueco. “Variantes que atuam em genes que codificam proteínas-alvo de um remédio podem causar mudanças fisiológicas semelhantes aos efeitos do próprio medicamento. Utilizamos essas variantes para testar o potencial de reaproveitamento de remédios já aprovados”, disse o pesquisador Bowen Tang, do Instituto Karolinska, principal autor do estudo, citado pelo site americano de notícias científicas SciTechDaily.

Os cientistas começaram identificando variantes que imitam o efeito farmacológico dos medicamentos para diabetes, ou seja, que ajudam na redução do nível de glicose no sangue. A análise foi feita em mais de 300 mil participantes do banco de dados Biobank, do Reino Unido.

O estudo descobriu variantes em dois genes que codificam a proteína alvo de uma classe de medicamentos para diabetes chamados sulfonilureias, que levam à maior liberação de insulina e ao menor risco de diabetes tipo 2.

Em seguida, os pesquisadores examinaram a ligação entre essas variantes genéticas e o risco de doença de Alzheimer. Para tanto, eles avaliaram dados de mais de 24 mil pacientes com Alzheimer e 55 mil sem a doença, que formaram o grupo de controle. Eles descobriram que as variantes associadas ao genes que são ativados pelo sulfonilureia estavam ligadas a um menor risco desse tipo de demência.

“Nossos resultados sugerem que a proteína alvo das sulfonilureias, chamada canal KATP, pode ser um alvo terapêutico para o tratamento e prevenção da doença de Alzheimer. Essa proteína é expressa no pâncreas, mas também no cérebro, e mais estudos são necessários para entender completamente todas as funções”, comentou a pesquisadora Sara Hägg, também do Instituto Karolinska, outra autora do estudo, citada pelo SciTechDaily.

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