CONTEÚDO 'MASTIGADO'

UFMG e startup mineira vão criar IA para simplificar acesso a dados do SUS

Tecnologia inédita busca desenvolver modelo de linguagem natural brasileiro para permitir consultas diretas ao DataSUS e democratizar o acesso a informações públicas de saúde

Ana Luísa Ribeiro*
aribeiro@hojeemdia.com.br
Publicado em 27/10/2025 às 17:44.Atualizado em 27/10/2025 às 18:31.
Criada em parceria entre a UFMG e a startup mineira Dadosfera, a nova IA permitirá que qualquer pessoa acesse os dados do SUS com perguntas em português simples (Freepik)
Criada em parceria entre a UFMG e a startup mineira Dadosfera, a nova IA permitirá que qualquer pessoa acesse os dados do SUS com perguntas em português simples (Freepik)

Pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da startup mineira Dadosfera estão desenvolvendo uma inteligência artificial que promete mudar a forma como o Brasil acessa dados de saúde pública. A tecnologia vai permitir que qualquer pessoa consulte a base do Departamento de Informação e Informática do Sistema Único de Saúde (DataSUS) - que reúne milhões de registros sobre internações e tratamentos do Sistema Único de Saúde (SUS) - utilizando perguntas simples em português. 

O modelo de linguagem natural será o primeiro do tipo voltado à análise de dados tabulares e tem o apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). A ferramenta conseguirá cruzar informações de diferentes domínios do DataSUS e apresentar resultados compreensíveis, sem exigir conhecimentos técnicos de quem os demandou.

Segundo o professor Marcos André Gonçalves, do Departamento de Ciência da Computação da UFMG, a tecnologia deve aproximar a população das informações que antes ficavam restritas a especialistas. “Com essa tecnologia, qualquer cidadão poderá fazer perguntas em português simples e obter respostas estruturadas”, explica.

O COO da Dadosfera, Brian Zaki, reforça que a ideia é fazer com que a ferramenta tenha impacto nacional. “Queremos democratizar o acesso aos dados de saúde pública. Dar às pessoas o poder de analisar e compreender indicadores de saúde é fundamental para jornalistas, estudantes, pesquisadores e qualquer cidadão interessado em acompanhar o histórico do país e as políticas públicas nesse campo”, afirma. 

A pesquisa deve durar 12 meses e os primeiros protótipos serão lançados em até seis meses. A infraestrutura de desenvolvimento está dividida entre os laboratórios da UFMG e o centro tecnológico da Dadosfera. A Universidade Federal do Amazonas (UFAM) também é uma instituição parceira no projeto.

*Estagiária, sob supervisão de Ana Paula Lima

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