(Ricardo Bastos/Arquivo Hoje em Dia)
Já ouviu falar em doença celíaca? Ainda desconhecida por grande parte da população, a enfermidade atinge pessoas geneticamente intolerantes ao glúten. Quem tem a condição, mas insiste em manter no cardápio pizzas, macarrão, pães e cerveja terá transtornos muito maiores do que dores no estômago.
Sem o devido tratamento, o paciente pode desenvolver câncer do intestino. O alerta para a importância do diagnóstico precoce ganha força com a campanha Maio Verde. Médicos e nutricionistas reforçam que os pacientes precisam substituir os alimentos. Mas a dieta deve ser acompanhada por profissionais.
Gastroenterologista pediátrica e membro do conselho consultivo da Associação dos Celíacos do Brasil (Acelbra-MG), Paula Valladares Guerra Resende explica que a doença celíaca não tem cura. Os sintomas mais comuns são diarreia crônica, distensão abdominal, emagrecimento, desnutrição e anemia.
Conforme a médica, o diagnóstico pode ser feito por meio de um exame de sangue. “Mas, dependendo da alteração, é preciso pedir um segundo exame e, em alguns casos, o encaminhamento para uma endoscopia”.
O risco é maior para pessoas com diabetes, hipotireoidismo e síndrome de Down. “Nos casos em que o paciente tem parentesco de primeiro grau com outro celíaco, as chances sobem para 10%”, acrescenta Paula Resende.
Além do câncer, a enfermidade pode causar osteoporose, abortos de repetição, esterilidade e alterações no humor. Em crianças, o distúrbio pode provocar alterações irreversíveis no peso e no crescimento.
Dieta
De acordo com a coordenadora do curso de Nutrição das Faculdades Kennedy, em BH, Natália de Carvalho Teixeira, se a intenção é apenas ter uma vida saudável, não é preciso abandonar a proteína.
“Com exceção dos pacientes celíacos, não existe nenhum estudo conclusivo que aponte a necessidade de retirada dos alimentos com glúten da nossa dieta”.
A nutricionista lembra que, quando necessária, a retirada e a substituição devem ser feitas por um profissional. “Ao montar uma dieta por conta própria, o paciente pode tirar da alimentação nutrientes importantes. O nutricionista é quem vai orientar melhor as substituições adequadas”, explica.
Segundo ela, alimentos como farinha de arroz, mandioca, milho e fécula de batata são exemplos de substituições saudáveis.
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