manifestação

Usuários fazem protesto contra o reajuste da passagem e a má qualidade dos serviços dos ônibus

Luciane Amaral
lamaral@hojeemdia.com.br
03/05/2022 às 20:23.
Atualizado em 03/05/2022 às 20:24

Manifestantes se concentraram na porta da Câmara Municipal de BH, no bairro Santa Efigênia, na região Leste da capital, na tarde desta terça-feira (3). Eles colocaram pneus na pista e atearam fogo, fechando o trânsito no sentido Centro / bairro.

Com cartazes e faixas, integrantes da Associação dos Usuários de Transporte Coletivo de BH e Região Metropolitana (AUTC) pediam o subsídio das passagens de ônibus e a defesa do transporte público na capital.

Segundo o presidente da AUTC, Francisco de Assis Maciel, o ato público foi organizado para protestar contra o reajuste da tarifa, a superlotação dos ônibus, o descumprimento do quadro de horários e os maus tratos aos usuários. 

De acordo com os organizadores, durante a pandemia os empresários reduziram a frota e o número de viagens, “na maioria das vezes, em proporção muito superior à da redução da demanda, comprometendo não apenas a qualidade do serviço e o nível de conforto dos usuários do sistema, mas também a segurança sanitária” - informaram em nota.

Neste período, continua a associação, as concessionárias receberam benefícios fiscais, “como redução dos encargos trabalhistas, isenções de impostos e subsídios, incluindo vultosas somas em dinheiro repassadas pela Prefeitura de Belo Horizonte a título de antecipação da compra de vales transportes” - declara a AUTC. E os empresários “se negaram a cumprir o contrato de concessão em vigor, acumulando mais de cem mil autuações emitidas pelo poder público”- conta Francisco de Assis Maciel.

Os manifestantes não pouparam críticas aos vereadores estariam travando uma “uma guerra política/partidária/eleitoral resistindo a pauta da PBH em relação ao Transporte Coletivo que beneficia os usuários” - diz ainda a nota da Associação. 

A PBH também não escapou dos ataques, já que, segundo a Associação “age de forma passiva e omissa em relação à cobrança do cumprimento da Lei da Mobilidade, Estatuto da Cidade, Estatuto da Metrópole, Lei Orgânica de BH, Edital de Licitação e principalmente ao contrato e ao Regulamento do Sistema.”

O trânsito foi normalizado pouco depois das 18h e os manifestantes organizaram um bloco de carnaval para fechar o ato público.

Sobre as declarações dos associados da AUTC, a prefeitura informou que não vai se manifestar. E explicou que os detalhes do novo projeto que trata do reajuste das tarifas e do subsídio das passagens estão sendo definidos nas reuniões do Grupo de Trabalho para Discussão da Mobilidade Urbana de BH.

Moradores da ocupação Vila Maria, no bairro Betânia, na região Oeste, foram convidados para participar da mobilização da Associação porque o prazo para desocuparem a área, cumprindo decisão de reintegração de posse, venceu ontem. Eles foram pedir apoio aos vereadores para evitar o despejo das famílias.

A Câmara Municipal disse, em nota, que a presidência da Casa recebeu dois representantes dos manifestantes da ocupação, que pediram a ajuda do Legislativo para mediar o diálogo com a Prefeitura. A CMBH se comprometeu articular com o Executivo o agendamento de uma reunião com o grupo.

O Setra-BH declarou que cumpriu todas as medidas estabelecidas pelos protocolos da PBH,durante a pandemia. E que, atualmente, as empresas têm feito todos os esforços para manter o sistema em operação. O sistema também reinvidica uma recomposição tarifária que não acontece desde 2018.

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