A Vale publicou na noite de sexta-feira (7), a pedido de investidores, um conjunto de explicações sobre o gerenciamento de barragens de rejeitos. A mineradora enviou os arquivos à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), dizendo estar "passando por um momento crítico" e comprometida com as comunidades afetadas pelo rompimento das barragens em Brumadinho e Mariana.
"A Vale está apoiando com total transparência a investigação das causas da tragédia", disse o diretor-presidente da empresa, Eduardo Bartolomeo, em carta endereçada ao Conselho de Pensões da Igreja da Inglaterra e ao conselho de ética do fundo de pensão público AP Funds, da Suécia.
Em fevereiro, o órgão sueco havia afirmado que perdeu a confiança na Vale e recomendou a exclusão da empresa dos fundos AP1, AP2, AP3 e AP4. À época, o comunicado dizia que a mineradora não parecia ter empregado medidas suficientes no gerenciamento de barragens após Mariana, visto o ocorrido posteriormente em Brumadinho.
"Entre 2016 e 2019, os investimentos em gestão de barragens totalizarão R$ 786 milhões (aproximadamente US$ 220 milhões), aplicados em iniciativas relacionadas a manutenção e segurança de barragens", aponta o texto publicado ontem. Entre as iniciativas, a Vale cita obras de melhorias, auditorias, análises de risco, implementação de sistemas de alerta, radares, entre outros.
Desde maio, a Vale mantém em alerta os moradores de Barão de Cocais (MG) para a possibilidade de rompimento do talude da mina de Gongo Soco. A previsão era de que o talude se rompesse entre os dias 19 e 25 de maio, mas isso ainda não ocorreu. Na sexta-feira (7), a Vale informou que identificou movimentação de fragmento do talude norte da cava da mina, mas que o desprendimento deve ocorrer sem maiores consequências.
Também na sexta-feira a Vale reiterou a provisão de US$ 1,855 bilhão destinada ao processo de desativação das barragens a montante, que utilizam a mesma tecnologogia da barragem de Brumadinho (MG).