Teste

Guiamos o Fiat Pulse Drive 1.3, versão de entrada do SUV que agrada pelo conteúdo

Marcelo Jabulas
@mjabulas
12/03/2022 às 11:50.
Atualizado em 12/03/2022 às 12:28
 (Marcelo Jabulas/Hoje em Dia)

(Marcelo Jabulas/Hoje em Dia)

Durante muito tempo, mais precisamente quando os populares reinavam sobre a Terra, a Fiat teve uma estratégia de mercado pontuada por valores agressivos para atrair o consumidor. Mas a pegadinha aparecia quando o mesmo iniciava a configuração e era surpreendido por uma lista imensa de opcionais que encareciam demais o preço final. 

Hoje, essa pegadinha não cola mais. Com a escalada de preços dos automóveis, oferecer conteúdos deixou de ser um agrado para garantir economia de escala. Tanto é que o Pulse Drive 1.3 (com caixa manual) é bem recheado. Testamos o SUV italiano, que se posiciona como o modelo mais barato do segmento, partindo de R$ 87.990. 

Não é barato, mas é o SUV mais acessível do mercado, ficando abaixo do CAOA Chery Tiggo 2, que perte de R$ 91 mil. E para a surpresa geral, a lista de opcionais só conta com multimídia, que acresce mais R$ 1.000.

Esse preço agressivo faz parte da estratégia da Stellantis, grupo que aqui é representado pela italiana, assim como Jeep, Peugeot, Citroën e Ram. O Pulse é carro que preenche a lacuna entre os R$ 88 mil e R$ 125 mil. A partir daí vem o Jeep Renegade, que no início de 2019, custava o mesmo preço do aventureiro montado em Betim. 

A Stellantis quer ganhar volume com o Pulse e por isso manterá a versão Drive como o SUV mais barato da praça, para atrair o consumidor assim como fazia com o Uno e Mille “depenados” há 10 anos. A diferença é que o hoje o consumidor quer SUV a qualquer custo, ainda mais se for o menos caro.

Raio-x Fiat Pulse Drive 1.3 (manual)

O QUE É?
SUV compacto, quatro portas e cinco lugares.

ONDE É FEITO?
Fabricada na unidade da Stellantis, em Betim (MG).

QUANTO CUSTA?
Base: R$ 87.990
Testado: R$ 89.990

COM QUEM CONCORRE?
O Pulse Drive 1.3 (manual) concorre no nicho de entrada do segmento de utilitários-esportivos (SUVs). Seus rivais diretos são Tiggo 2, Tiggo 3X e Volkswagen Nivus.

NO DIA A DIA?
Ao dar a partida no Pulse Drive 1.3, é difícil não se lembrar do Argo. Afinal os dois têm dimensões parecidas. O Pulse tem apenas 11 cm a mais que o hatch, com 4,10 m e 2,53 m de entre-eixos. Parece pouco, mas contribui para 70 litros (370 l) no porta-malas. 

Assim, esse aventureiro leva quatro adultos com bom espaço, uma vez que a posição de dirigir é mais vertical que no Argo. Fator que permite deixar mais espaço para a turma da segunda fileira. Como qualquer automóvel, um quinto passageiro sofre no assento do meio. A acomodação mais elevada também permite melhor visibilidade, o que facilita a direção no trânsito cotidiano. 

O painel do Pulse não difere muito do irmão, assim como a qualidade do acabamento, que é pontuada pelo uso de plásticos simples. Mas a montagem é boa. Ele tem multimídia flutuante Uconnect (com conexão sem fio para Apple Car Play e Android Auto, assim como GPS integrado), enquanto o quadro de instrumentos conta com instrumentação analógica e computador de bordo ao centro. O ar-condicionado é digital de uma zona apenas e completa o pacote o acionamento elétrico dos vidros, assim como o ajuste dos retrovisores.

MOTOR E CÂMBIO
Essa versão do Pulse é equipada com motor 1.3 Firefly de 107 cv e 14,2 kgfm de torque. O motor tem boa entrega de força em baixa rotação, o que contribui para eficiência, e garante bom comportamento em regiões íngremes como Belo Horizonte.

Sua transmissão é a mesma caixa manual de cinco marchas, que já conhecemos do Mobi, Argo, Strada e Cronos. No entanto, parece que os engenheiros ajustaram o trambulador, que ficou menos “bambo” que nos seus irmãos e reduz um pouco a imprecisão das trocas.

CONSUMO
Abastecido com álcool, o SUV registrou consumo combinado (rodoviário e urbano) na casa dos 9,7 km/l.

SUSPENSÃO E FREIOS
O Pulse tem acerto de suspensão elevado, para cumprir com sua função de SUV. Ele utiliza o trivial eixo rígido na traseira e McPherson no eixo dianteiro.

Mesmo que não seja capaz de enfrentar desafios como um Jeep Wrangler, seu comportamento agrada, pois não chacoalha demais nas curvas e também não soca demais nos quebra-molas e depressões. Mas não signfica que é uma “manteiga”. Apesar de utilizar rodas aro 16, o conjunto transfere as irregularidades para a cabine.

Os freios são a disco na frente, e tambor, na traseira. Ela ainda conta com controles de estabilidade e tração, além de assistente de partida em rampa (Hill Holder). E bloqueio de diferencial eletrônico.

PALAVRA FINAL
O Pulse Drive se tornou a porta de entrada para quem quer ter um SUV, mas não dá conta de acompanhar a escalada de preços. Fatores como a ausência de uma caixa automática e um acabamento mais refinado pode frustrar o sonho do “primeiro utilitário”. 

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