Museu de História Natural não tinha Auto de Vistoria dos Bombeiros; UFMG vai criar comissão

Cinthya Oliveira
cioliveira@hojeemdia.com.br
15/06/2020 às 17:59.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:46

O alerta de que o Museu de História Natural da UFMG, parcialmente consumido pelas chamas na manhã desta segunda-feira (15),  precisava de adequações para evitar incêndios foi feito há mais de um ano, quando o Corpo de Bombeiros entregou ao Ministério Público um relatório de vistorias feitas em 40 museus e espaços culturais de Belo Horizonte. Vinte e nove foram reprovados, inclusive o Museu de História Natural da UFMG.

De acordo com a corporação, o museu não tem Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB),  documento emitido pelos militares que confirma a aprovação das medidas de prevenção e combate a incêndio e a desastres em estabelecimentos, edificações e áreas de reunião de público. Todas empresas, públicas ou privadas, devem ter o documento. 

Uma primeira vistoria foi realizada em 2011, constatando irregularidades no Sistema de Combate a Incêndio e Pânico (SCIP) e falta do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB). Em 2018, os bombeiros retornaram duas vezes, por conta da força-tarefa que analisou os museus da cidade. "Após constatar que as irregularidades não haviam sido sanadas, foi adotada a sanção administrativa de Advertência Escrita para que os responsáveis tomassem as devidas providências", afirmou a corporação.

Os bombeiros informaram que o combate inicial ao incêndio desta segunda-feira durou cerca de 20 minutos e o momento mais delicado foi a parte do rescaldo que foi feito de forma meticulosa para tentar preservar parte do acervo que porventura não tenha sido destruído pelo fogo. Houve desabamento do telhado, comprometendo aparentemente parte da estrutura.

Responsável pela investigação das causas do incêndio, a Polícia Federal designou cinco peritos. Técnicas usadas no Museu Nacional, incendiado em 2018, devem ser utilizadas também neste trabalho. 

A UFMG informou que irá criar uma comissão de especialistas para avaliar os prejuízos provocados pelo incêndio. A comissão também irá planejar a recuperação do acervo abrigado no local atingido.

Veja, na íntegra, a nota emitida pela UFMG:

Na manhã desta segunda-feira, 15/06, a UFMG foi informada de um incêndio nas dependências do Museu de História Natural e Jardim Botânico (MHNJB), localizado na região leste de Belo Horizonte. O fogo foi, assim que identificado, combatido por funcionários que integram a brigada de incêndio do próprio Museu. O Corpo de Bombeiros foi acionado imediatamente, chegando ao espaço e debelando as chamas ainda no período da manhã.

Ainda não são conhecidas informações sobre o horário exato do início e as causas do incêndio, que ficou concentrado em uma das edificações, que abriga parte da reserva técnica do Museu. Neste momento, o local está isolado e sendo periciado.

A Reitoria da UFMG manifesta imenso pesar e se solidariza com a diretoria, com aqueles que integram o corpo funcional do Museu de História Natural e Jardim Botânico e com toda a comunidade que atua neste que é um importante patrimônio da Instituição. A Administração Central da Universidade ressalta que está tomando as medidas cabíveis neste momento e auxiliando as autoridades competentes na perícia. O MHNJB possui um precioso acervo e é um importante espaço de pesquisa, de extensão e de preservação histórica instalado em uma área com aproximadamente 600.000 m² com vegetação diversificada e típica da Mata Atlântica, que reúne, além das nativas, espécies exóticas e animais que não sofreram dano causado pelas chamas. A Reitoria da UFMG agradece a ação rápida dos brigadistas de incêndio e informa que estará, junto com diretoria e equipe do Museu, em busca de alternativas e soluções no sentido de reparar de forma célere os danos causados”.

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