Brasil registra primeira morte por Ômicron; caso ocorreu em Aparecida de Goiânia, em Goiás

Clara Mariz
clara_mariz
06/01/2022 às 18:03.
Atualizado em 10/01/2022 às 02:02

O Brasil registrou nesta quinta-feira (6) a primeira morte de uma pessoa pela nova variante da Covid-19, a Ômicron. De acordo com comunicado divulgado pela Prefeitura de Aparecida de Goiânia, em Goiás, o paciente tinha 68 anos e era portador de doença pulmonar obstrutiva crônica, além de hipertensão arterial.

Segundo a Secretaria de Saúde do município goiano, a confirmação do óbito ocorreu após 10 dias da declaração de transmissão comunitária na cidade. O homem já havia recebido três doses da vacina contra a doença.

Minas Gerais 
Nas últimas 24h, Minas Gerais registrou 28 novos casos de contaminação pela Ômicron. De acordo com o Painel de Monitoramento dos Casos de Covid-19 divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-MG), a variante já infectou 166 pessoas no Estado, sendo 76 em Belo Horizonte.

De acordo com o professor Renan de Pedra Souza, do Observatório de Vigilância Genômica de Minas, a cada nova variante, a doença se espalha cada vez mais rápido.

“Desde que a Ômicron surgiu, a Organização Mundial da Saúde já informou que ela é a mais transmissível até agora. Se nós formos pensar, a Delta transmite mais rápido do que a Gama e por aí vai”, explica o especialista, que é pesquisador do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais.

Até essa quarta-feira (5), o levantamento apontou que 97,62% das amostras analisadas em Minas deram positivo para a nova variante. “Na última semana, um laboratório particular entregou para o Estado os resultados dos seus exames que já identificam a presença da nova variante”, afirma. 

Segundo Souza, os testes particulares que registraram a nova variante explicam o salto expressivo nos números e a queda nos casos da Delta.

O painel também revela que a Ômicron surgiu no Estado na 48ª semana epidemiológica desde o início da pandemia. E levou apenas três semanas para ultrapassar 95% dos novos casos de Covid. A Delta, também considerada pelas autoridades de saúde como uma das mais transmissíveis, surgiu na 26ª semana da pandemia e atingiu 95% apenas 24 semanas depois.

Renan de Pedra Souza afirma que essa diferença de tempo não reflete a capacidade de transmissão do vírus. O que acontece é que o exame de sequenciamento das amostras enviadas pela Fundação Ezequiel Dias à UFMG é mais demorado e nem todos os resultados já foram divulgados.

Para o pesquisador, os dados atuais do Painel de Monitoramento são importantes para apontar o marco zero da contaminação comunitária no Estado. Essa informação é relevante para a adoção de medidas para evitar o contágio da população pelas autoridades de saúde. Ele ressalta que a frequência da variante Ômicron só será constatada depois que as amostras enviadas ao Observatório de Vigilância Genômica forem sequenciadas geneticamente. 

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