TARIFAÇO

Fiemg calcula que isenção de Trump só atinja 37% dos produtos exportados por Minas

Entidade mantém preocupação com a taxação extra, que entra em vigor em 6 de agosto, e cobra do Governo federal "medidas diplomáticas urgentes" para aliviar impactos da nova tributação

Do HOJE EM DIA
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Publicado em 30/07/2025 às 21:21.Atualizado em 30/07/2025 às 21:26.
Carnes é um dos itens que continuam sujeitos à nova tarifa de exportação: risco à competitividade (Marcello Casal Jr./ Agência Brasil)
Carnes é um dos itens que continuam sujeitos à nova tarifa de exportação: risco à competitividade (Marcello Casal Jr./ Agência Brasil)

A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) estima que a isenção dada por Donald Trump a 694 produtos brasileiros vendidos aos Estados Unidos corresponda a apenas 37% da pauta exportadora do Estado àquele país (US$ 1,7 bilhão). O cálculo faz a entidade manter a preocupação com o tarifaço, que entra em vigor em 6 de agosto e promete atingir em cheio outros itens tradicionais de Minas, como café, carnes e subprodutos da cana, incluindo açúcar e etanol.

No início da noite desta quarta-feira (30), a federação divulgou nota manifestando apreensão em relação ao decreto publicado horas antes pelo governo dos EUA, estabelecendo uma alíquota extra de 40% sobre a maioria dos produtos brasileiros exportados para o país – com isso, a taxação atingirá 50%.

Para a Fiemg, embora o decreto dispense da cobrança quase 700 produtos, o que equivale a 43% do valor exportado pelo Brasil (US$ 17,3 bilhões), alguns dos setores estratégicos para a economia nacional e para Minas seguem penalizados.

“Produtos como café em grão e industrializado, carnes e derivados, além dos itens da cadeia da cana-de-açúcar (como açúcar e etanol), continuam sujeitos à nova tarifa, o que compromete seriamente a competitividade dessas cadeias produtivas no mercado norte-americano”, destaca a mensagem.

Para a federação, o governo brasileiro deve adotar “medidas diplomáticas urgentes” para mitigar os efeitos negativos sobre os setores excluídos da isenção. A entidade também exige “atuação firme” na negociação de um acordo que contemple “todos os setores industriais brasileiros exportadores não incluídos entre as exceções, que poderão ser duramente impactados com uma tarifação total que chega a 50%”.

O decreto de Trump livrou itens como petróleo, produtos da metalurgia, aeronaves e equipamentos industriais da nova tributação.

Em Minas, o governador Romeu Zema (Novo) prometeu medidas emergenciais às empresas exportadoras mineiras prejudicadas, por meio de um crédito de R$ 300 milhões, sendo R$ 200 milhões via Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), com juros subsidiados de 0,9% ao mês, e mais um crédito de R$ 100 milhões por meio do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) de exportação. 

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