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Preço do leite deve se manter alto pelo menos até outubro

Jader Xavier
@ojaderxavierjsbarbosa@hojeemdia.com.br
21/06/2022 às 18:48.
Atualizado em 21/06/2022 às 19:33
 (Maurício Vieira / Hoje em Dia)

(Maurício Vieira / Hoje em Dia)

O consumidor que está assustado com o valor do litro de leite nas prateleiras deve continuar encontrando preços altos nos próximos meses.

De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o preço do leite teve uma alta de 30% somente em 2022. Atualmente, o leite pode ser encontrado por até mais de R$ 7 na Grande BH, segundo pesquisa do Mercado Mineiro.

A previsão é que o produto se mantenha nesse patamar, pelo menos, até o mês de outubro. É quando termina a entressafra - época de menor produção no campo, que, historicamente, começa em março e termina de cinco a seis meses depois.

Neste período, com poucas chuvas e baixas temperaturas, o pasto seca e  o volume de leite entregue ao mercado cai, o que provoca aumento de preços.

Além disso, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), explica que outros fatores também têm influenciado a alta do leite, como a elevação dos custos de produção, nos últimos 12 meses.

“Estamos vendo alguns produtores diminuindo seus investimentos na produção, vendendo vacas e saindo da atividade", afirma o analista de agronegócios da Faemg, Alexandre Gonzaga.

Segundo o especialista, isso gera uma competição entre as indústrias que estão disputando a captação do produto.  

Ele explica ainda que a guerra na Ucrânia, acrise política, aalta no dólar e pandemia de Covid-19 também impactaram os custos para o pecuarista. “Esses fatores externos pesam no custo de produção. E, perceba, são itens imprevisíveis, o que nos impede de ter uma previsibilidade de estabilidade para o setor”, declarou Gonzaga.

O combustível é outro fator que também pesa na alta de preços do leite. Desde o último sábado (18), está valendo um reajuste de 14% no preço do diesel, combustível geralmente utilizado no trabalho desses produtores. “Tem que ir na cidade comprar insumos, gasta combustível. E aí vem a entrega, feita por carreta, que também gasta diesel”, ressalta Gonzaga.

O fim da bandeira de escassez hídrica, ocorrido em abril, porém, pode significar um alívio para o consumidor final. É que ocorreu um barateamento na conta de energia do produtor do campo.

Ele gasta muito nesse quesito, por usar grandes refrigeradores. Segundo o analista da Faemg, isso já começa a ser refletido no preço pago pela população no leite.

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