Emprego cresce em Minas e cai no país em março; agropecuária lidera contratações no Estado

José Vítor Camilo
25/04/2019 às 16:00.
Atualizado em 05/09/2021 às 18:23
 (leonardo morais/12-6/2014)

(leonardo morais/12-6/2014)

Minas Gerais foi o 5º Estado brasileiro em geração de postos de trabalho formal no mês de março, conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), da Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia. Das 5.163 vagas geradas no Estado, 4.633  foram somente na agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura, o que corresponde a quase 89,7% do total. 

De acordo com o governo de Minas, dentro da agricultura, o "boom" na criação de vagas foi garantido pela produção de sementes (2.287 vagas), seguida pelo cultivo de plantas de lavoura temporária (1.275), atividades de apoio à agricultura (1.143) e montagem de instalações industriais e estruturas metálicas (1.076). 

Ana Carolina Alves Gomes, analista de agronegócio da Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais (Faemg), acredita que essa participação tão elevada do setor em comparação aos demais é consequência das colheitas de cana de açúcar e café, que já estão nos preparativos para a época de colheita e, portanto, contratam muita mão de obra. 

"Temos esse histórico de que essas culturas, no início das safras, elevam o contingente de demanda por mão de obra para essas atividades. Cerca de 90% da produção de cana em Minas está concentrada no Triângulo e Alto Paranaíba. Já no que tange ao café, o Estado tem uma maior concentração da cafeicultura de montanha, que é a que demanda mais mão de obra, nas regiões Sul e Zona da Mata", explica. 

Nos números gerais de geração de emprego no mês passado, Minas só ficou atrás dos Estados de Alagoas (9.636 vagas geradas), São Paulo (8.007), Rio de Janeiro (6.986) e Pernambuco (6.286). Na contra-mão, o Amapá foi o estado com menor geração de emprego, com apenas 48 novos postos criados no último mês. 

País fechou 43.196 vagas de trabalho em março

Os levantamentos do Caged apontaram ainda que, apesar da geração de vagas em alguns Estados, como Minas, no mês de março o Brasil registrou um saldo negativo de 43.196 empregos com carteira assinada. 

Conforme o governo de Minas, o saldo foi positivo para o mês se comparado ao mês de janeiro, quando foram criadas somente 1.492 vagas. Ao mesmo tempo, se comparado ao mês de fevereiro a queda foi de 80%, já que naquele mês foram criadas 26.016 postos de trabalho. 

O número também apresentou queda se comparado com o mês de março de 2018, quando foram criadas 14.149 vagas de emprego, uma redução de 63%. Para a analista de agronegócios da Faemg, Ana Carolina, essa redução em comparação ao ano passado pode ter relação com a antecipação da colheita do café, registrada em março de 2018. 

"Nesse ano ela vai começar em maio, estamos ainda nos preparativos para a colheita. Apesar da redução, os números da agropecuária seguem altos em comparação com os demais setores, o que não é nenhuma surpresa. Mesmo com o café vivenciando uma crise de preços, a cultura não para e é necessária mão de obra. Então a atividade se mantém e ainda ajuda a empregar", conclui. 

Ainda em Minas, o setor que mais demitiu foi o comércio, com destaque para a reparação de veículos automotores e motocicletas (-4.927). Outras áreas que fecharam muitas vagas de emprego formal foram: atividades administrativas complementares (- 898), água, esgoto e atividades de gestão de resíduos e descontaminação (- 631) e alojamento e alimentação (- 375). 

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