TEATRO

Cartaz do Sesc Palladium, 'A Cor Púrpura, o Musical' registra o sofrimento de uma mulher negra

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
Publicado em 25/03/2022 às 16:08.
A trama tem origem no livro homônimo de Alice Walker, publicado em 1982 e ganhador do prêmio Pulitzer (Rafael Nogueira/Divulgação)

A trama tem origem no livro homônimo de Alice Walker, publicado em 1982 e ganhador do prêmio Pulitzer (Rafael Nogueira/Divulgação)

Tadeu Aguiar não tem dúvidas de que a versão brasileira da peça musical “A Cor Púrpura” é superior à original americano. O repórter brinca, perguntando se pode reproduzir a afirmação. “A nossa tem mais alma”, garante o diretor, citando os cenários giratórios e o trabalho impecável de elenco e equipe técnica.

Ele assinala que o público mineiro – a montagem ficará em cartaz de sexta a domingo, no Sesc Palladium – irá “chorar mais” do que no filme dirigido por Steven Spielberg e lançado em 1985 com a sofrida história de uma mulher negra que, por meio do amor, encontra forças para triunfar sobre a adversidade e descobrir sua voz no mundo.

“As pessoas vão chorar de emoção, pela qualidade artística que verá, com um elenco de 17 negros. Eles mostrarão ao público branco que não valoriza a cultura negra que têm sim o seu lugar. Não é mais possível nesse país dividir por classe, raça ou etnia. A peça fala justamente sobre disso”, destaca o realizador.

A trama não tem origem no filme de Spielberg ou na peça teatral americana, mas sim no livro homônimo de Alice Walker, publicado em 1982 e ganhador do prêmio Pulitzer. Após 40 anos, o diretor ressalta a atualidade da história, abordando temas que ainda hoje frequentam o noticiário, como machismo tóxico e feminicídio.

“A partir do momento em que essa menina é subjugada, maltratada pelo padrasto que a troca por uma vaca, e passa a entender o que é o amor, ela consegue mudar a si própria. A história fala muito de esperança, que há uma saída e que o amor salva”, analisa. Na peça brasileira, ela é interpretada por Leticia Soares. 

A versão em português tem a assinatura do jornalista e escritor Artur Xexéo, falecido em junho do ano passado, de linfoma. “(A morte dele) Foi uma tristeza. Era o meu maior amigo. Fizemos muitos projetos juntos. A versão que ele criou é muito inteligente, longe de ser uma tradução”, lamenta Aguiar.

SERVIÇO

“A Cor Púrpura, o Musical” – De hoje a domingo, no Grande Teatro do Sesc Palladium (Rua Rio de Janeiro, 1046). Sexta e sábado, às 20h30, e domingo, às 18h). Ingressos: Plateia I – R$ 140 (R$ 70, a inteira), Plateia II – R$ 100 (R$ 50, a meia), Plateia III – R$ 75 (R$ 37,50, a meia).

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