TEATRO

Nova adaptação de 'Pinóquio', em cartaz no CCBB, destaca lado mentiroso e valorização da educação

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
04/03/2022 às 13:50.
Atualizado em 04/03/2022 às 14:29
O grupo de teatro de animação PeQuod, do Rio de Janeiro, passou por uma intensa preparação vocal e circense (Renato Mangolin/Divulgação)

O grupo de teatro de animação PeQuod, do Rio de Janeiro, passou por uma intensa preparação vocal e circense (Renato Mangolin/Divulgação)

A história do boneco que vê o nariz crescer sem parar a cada mentira ganhou uma assustadora atualidade, na forma de notícias falsas usadas para manipular a sociedade – as chamadas fake news. Esse aspecto foi o que levou o diretor Miguel Vellinho a fazer uma nova adaptação do clássico “Pinóquio”, escrita por Carlos Collodi, em 1883.

“A história merece um olhar renovado, pontuando de uma forma muito moderna sobre a questão da construção da ética e da moral de uma criança, por meio da metáfora do nariz. Vai muito além da questão da mentira, ao falar do desprezo à educação”, registra Vellinho. O resultado poderá ser conhecido a partir desta sexta-feira (4), no CCBB.

O “PinóQuio” da Cia. PeQuod – há 21 anos dedicada ao teatro de animação – virou uma opereta, com direção musical de Tim Rescala. As canções são acompanhadas por elementos circenses, um duplo desafio para o grupo baseado no Rio de Janeiro. “Parte da história é passada num circo. Aproveitei essa ideia e expandi para a peça inteira”.

Uma preparadora circense foi convocada para injetar nos artistas um espírito de “virtuose, um certo exibicionismo que o pessoal do circo tem e que está muito longe da gente”, como frisa Vellinho. Houve também intenso trabalho de aprimoramento vocal, exigindo um “empenho gigantesco da companhia, em meio à pandemia”.

O diretor conta que a trajetória do espetáculo começou em casa, com tudo sendo feito à distância, “até que a gente pudesse juntar as pontas, em ensaios presenciais num teatro”. Ele destaca que, por causa dos espaços culturais fechados, o grupo teve uma rara oportunidade de se preparar, durante um mês, com os cenários montados.

“Eles foram montados um mês antes da estreia, o que foi muito bacana. Quando estreamos, a sensação foi de que era mais um dia naquele palco, com a diferença da presença do público. Isso nos deu muita segurança para fazer uma temporada tranquila”, salienta o idealizador, que promete uma nova dobradinha com Rescala.

“Fizemos juntos a adaptação de ‘Barão de Münchau-sen’ e, após ‘PinóQuio’, passei a brincar que seria uma trilogia. Mas ainda não temos exatamente um título”, confessa. Certo mesmo é a versão para bonecos de “Pluft, o Fantasminha”, ainda dentro das comemorações do centenário da dramaturga Maria Clara Machado.

Serviço:

Espetáculo "PinóQuio", da Ci.a PeQuod Teatro de Animação. No Centro Cultural Banco do Brasil (Praça da Liberdade, 450). De 4 a 28 de março, de sexta a segunda. Sessões às 19h, nas sextas e segundas, e 16h, nos sábados e domingos. Ingressos R$ 30 (R$ 15, a meia)

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