MÚSICA

Palácio das Artes apresenta encontro inédito entre os 'cantautores' Geraldo Azevedo e Chico César

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
Publicado em 04/03/2022 às 13:44.Atualizado em 04/03/2022 às 14:06.
O espetáculo era ter para ter estreado em 2019, mas precisou ser adiado devido à pandemia (Marcos Hermes/Divulgação)
O espetáculo era ter para ter estreado em 2019, mas precisou ser adiado devido à pandemia (Marcos Hermes/Divulgação)

A parceria de Chico César e Geraldo Azevedo nos palcos nasceu após uma “noitada”, em que ambos vararam a madrugada tocando violão a dois, na casa do artista paraibano de Catulé do Rocha. “Depois saímos pensando em como seria bom levar a ideia adiante. Até que, finalmente, aconteceu”, registra Azevedo à reportagem do Hoje em Dia.

O resultado é o show “Violivoz”, que chega nesta sexta-feira à Belo Horizonte, no Grande Teatro do Palácio das Artes. “A estreia seria em 2020, mas aí veio a pandemia e tivemos que aguardar por mais de um ano para iniciar a turnê”, assinala o parceiro pernambucano, fã de primeira hora de César, cujo primeiro disco, “Aos Vivos”, lançado em 1995, ele fez questão de divulgar.

“Tenho brincado que quando ouvi Chico César pela primeira vez, foi quase como diz a música ‘À Primeira Vista’: dancei, o olho brilhou e entendi. Fiquei arrebatado! E, como queria que todo mundo também sentisse aquele arrebatamento, comprei duas caixas fechadas do álbum e saí distribuindo para os amigos. Acabei ficando sem nenhum!”, diverte-se.

César frisa que “a confluência na música (deles) é muito natural”. Ele comenta que “Pensar em Você”, um de seus grandes sucessos, presente no álbum “Mama Mundi”, lançado em 1999, “saiu de dentro” de “Dia Branco” – canção conhecida na voz de Azevedo (escrita com Renato Rocha) e gravada pela primeira vez em 1981, para o álbum “Inclinações Musicais”.

“O tom, a temática... o universo das canções populares lembram as matrioskas, as bonecas russas que saem uma de dentro da outra, e outra de dentro da outra e assim vai. Criamos diálogos às vezes impensáveis nas canções, mas que fluem realmente”, observa César. Uma proximidade que foi determinante no momento da escolha do repertório do show.

“Nós temos o violão como base, o que nos dá um universo harmônico e melódico parecido, porque a gente bebe muito da música nordestina. Escutei Geraldo pela primeira vez no disco com Alceu Valença (lançado em 1972). Além das músicas, que falavam do meu universo, o espírito de partilha e parceria, de fazer algo junto, me chamou atenção”, destaca.

Azevedo salienta que a seleção final não foi uma costura fácil de fazer. “Fomos buscando as músicas mais representativas da dupla. Muitas são atemporais e combinam entre si. O repertório foi se desenvolvendo pelo afeto ao trabalho um do outro. Cada um escolheu o que queria cantar e fomos agrupando as canções naturalmente”, explica.

O pernambucano lembra que, “originalmente, havíamos pensado em fazer um rodízio no palco, como fazemos em outros projetos coletivos”. No caso de “Violivoz”, porém, eles decidiram que “estariam juntos no palco o show todo, cantando e tocando juntos, com nossos violões, as músicas de ambos”. Azevedo não esconde o desejo de lançar um registro em DVD muito em breve.

SERVIÇO
“Violivoz” – Show com Chico César e Geraldo Azevedo. Hoje, às 21h, no Grande Teatro do Palácio das Artes (Avenida Afonso Pena, 1537). Ingressos: Plateia I: R$ 200 (R$ 100, a meia). Plateia II: R$ 160 (R$ 80, a meia). Plateia Superior: R$ 120 (R$ 60, a meia).

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