SAF

Documento aponta que Ronaldo não precisa investir R$ 400 milhões no Cruzeiro; presidente rebate

Da Redação
23/03/2022 às 09:41.
Atualizado em 23/03/2022 às 10:29
 (XP/Divulgação)

(XP/Divulgação)

Em reportagem publicada no GE, o jornalista Rodrigo Capelo divulgou trechos do acordo assinado por Ronaldo, em dezembro de 2021, para intenção de compra de 90% das ações do Cruzeiro SAF. De acordo com a publicação, o Fenômeno não precisaria investir R$ 400 milhões no clube e poderia obrigar a Raposa a recomprar a Sociedade Anônima do Futebol.

De acordo com o documento divulgado por Capelo, Ronaldo tem a obrigação de aportar R$ 50 milhões e não teria que colocar os R$ 350 milhões restantes, ainda que as receitas da SAF não sejam satisfatórias.

No vínculo, há condições suspensivas para proteger os interesses do empresário; o contrário não acontece para resguardar a agremiação.

Passivo

Ainda segundo o documento, Ronaldo concordou em se responsabilizar pelas dívidas no limite da Lei da SAF, em que o Cruzeiro teria de repassar, como enfatiza o jornalista, “20% de suas receitas mensais e 50% de dividendos (lucros distribuídos a sócios), para que a associação aplique esses recursos no pagamento das dívidas”. É enfatizado que o clube assume a responsabilidade de "envidar seus melhores esforços para promover a reestruturação de seu passivo".

Há uma cláusula para proteger Ronaldo, em que, caso o clube não adote "providências concretas para promover a reestruturação de seu passivo", como destacado por Capelo, o Fenômeno pode obrigar o Cruzeiro a recomprar as ações da SAF.

Resposta

Em nota, o presidente do Cruzeiro, Sérgio Santos Rodrigues, disse que o documento divulgado por Capelo não é o "contrato final" e que "já está muito modificado, após conversas entre as partes".

Rodrigues ressaltou ainda que "as cláusulas do documento final serão todas debatidas na assembleia do dia 4/4".

Recentemente, Ronaldo pediu para incluir as Tocas I e II como "garantia" no acordo da SAF. Parte do Conselho Deliberativo não gostou dessa situação.

Confira a nota de Sérgio Rodrigues abaixo:

"Em relação à reportagem feita pelo jornalista da Globo, baseada em um Documento Preliminar que representava o início dos entendimentos entre Cruzeiro e Ronaldo, portanto não o contrato final, vale esclarecer: 

i) surpreende o acesso ao documento pois poucas pessoas envolvidas na operação tinha acesso a ele. O motivo da confidencialidade nunca foi esconder nada, mas justamente preservar um negócio sujeito a alterações já que, repito, se tratava de um início de entendimento;

ii) como explicado reiteradas vezes, nossa negociação precisava de mais urgência já que tínhamos débitos essenciais - salários e FIFA - que precisavam ser pagos e o aporte só poderia ser feito com a assinatura de documento que desse um mínimo de lastro e conforto para o investidor;

iii) o principal ponto: como se trata de início de entendimento, a reportagem acabou se baseando em um documento que já está muito modificado após conversas entre as partes; percebe-se, por exemplo, que nele nada é falado do pagamento da dívida tributária; assim como essa cláusula, várias outras mudaram depois e no contrato definitivo estarão regidas de forma diferente;

iv) obviamente, as cláusulas do documento final serão todas debatidas na assembleia do dia 4/4, oportunidade em que será feita uma apresentação completa sobre a negociação e haverá espaço para perguntas. Inclusive, diante da importância do tema, deveremos ter a presença do próprio Ronaldo para tranquilizar os Conselheiros quanto ao projeto proposto ao Cruzeiro.

Sendo assim, pedimos novamente que quem tiver dúvidas que nos procure diretamente que seguiremos à disposição para esclarecer tudo, assim como o Conselho Fiscal foi atendido imediatamente em seu pleito.

Não há qualquer motivo para que se esconda qualquer aspecto desse negócio. Nosso compromisso é e sempre foi com o Cruzeiro, de forma transparente, apenas respeitando a confidencialidade inicial que, reitero, existe exatamente para evitar situações como essa, em que uma análise é feita com base em um documento que não será o termo final e acaba criando polêmica desnecessária em meio a um período tão importante pra nós no âmbito desportivo.

Contamos com vocês

Abraço, 

Sérgio Santos Rodrigues"

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