Fechamento da Câmara e isolamento de vereadores pode barrar reajuste de servidores de BH

Renata Evangelista
rsouza@hojeemdia.com.br
17/03/2020 às 13:05.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:58
 (Bernardo Dias/CMBH/Divulgação)

(Bernardo Dias/CMBH/Divulgação)

O reajuste salarial de 7,2% para todos os servidores públicos de Belo Horizonte está ameaçado por causa da pandemia do novo coronavírus. Mesmo tendo sido aprovado em segundo turno pelos vereadores, na segunda-feira (16), o texto final corre o risco de não ser sancionado a tempo de cumprir a legislação eleitoral.

Isso porque os parlamentares da Câmara Municipal estão isolados e a Casa ficará fechada por, pelo menos sete dias. A decisão, de acordo com a presidente Nely Aquino (PRTB), foi adotada depois que o vereador Gabriel Azevedo (sem partido), atestou positivo para a Covid-19. "Amanhã (quarta-feira) as portas serão fechadas e todos os servidores ficarão em isolamento", declarou Aquino.

Com a medida de segurança, o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte (Sindibel), Israel Arimar, teme que o reajuste salarial dos funcionários públicos não sai neste ano. "O texto final tem que ser redigido e encaminhado para sanção do prefeito. E deve ser publicado, para cumprir a legislação eleitoral, até no máximo no dia 7 de abril", explicou.Bernardo Dias/CMBH/DivulgaçãoReajuste havia sido aprovado, em segundo turno, na segunda-feira

Ainda conforme Arimar, representantes das Comissões das Comissões de Administração Pública, de Orçamento e Finanças e da Especial de Estudo teriam dificuldade para se reunir e seguir o prazo. "O Gabriel Azevedo, que está com o novo coronavírus, foi na Câmara Municipal participar da reunião. Uma irresponsabilidade", bradou.

Pelos projetos aprovados da negociação que durou mais de oito meses, o aumento nos vencimentos seria de duas vezes. A primeira parcela, de 3,78%, seria retroativa a partir de 1º de janeiro de 2020 e 3,30% após o dia 1º de dezembro de 2020.

No início do mês, os vereadores de BH decidiram que vão ficar um mandato inteiro - o que equivale a quatro anos - sem reajuste salarial. Além do congelamento do salário, que atualmente é de R$ 18.402,02, os parlamentares também decidiram extinguir o "auxílio-paletó".

Doente

Gabriel Azevedo informou, por meio das redes sociais, que está com o novo coronavírus. Ele disse que não desenvolveu nenhum dos sintomas da enfermidade, mas que permanece em isolamento domiciliar. "Estou me sentindo como se não estivesse infectado. Seguirei trabalhando da minha biblioteca", declarou o parlamentar. 

Ele garantiu que desde a última quinta-feira (12) trabalha em home office, mas, no período, foi ao Mercado Central e à Câmara Municipal.

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