Com Monoetilenoglicol

Anvisa já sabe quais empresas de alimentos para humanos podem ter usado propilenoglicol contaminado

Vanda Sampaio
vsampaio@hojeemdia.com
14/09/2022 às 21:13.
Atualizado em 14/09/2022 às 21:20

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já identificou algumas empresas de alimentos para consumo humano que receberam os lotes de propilenoglicol contaminados com monoetilenoglicol. Os nomes dos fabricantes e dos produtos estão sendo mantidos em sigilo durante o processo de investigação.

O recolhimento dos lotes AD5035C22 e AD4055C21 foi determinado por resolução publicada pela Anvisa na última segunda-feira (12). A norma proíbe a comercialização, distribuição, manipulação e uso desses lotes de propilenoglicol vendidos pela Tecno Clean Industrial Ltda.

Asubstância é a mesma que, segundo a Anvisa, pode ter causado a intoxicação e morte de, pelo menos, 54 cães em todo o país que ingeriram petiscos que estariam contaminados com monoetilenoglicol.

Por meio de nota, a Vigilância Sanitária informou que o foco está nas empresas com possível atividade na área de alimentos para consumo humano.

"Ainda não existem evidências de alimentos para consumo humano fabricados com lotes de propilenoglicol contaminado por etilenoglicol", informou a nota da Anvisa.

Parte do trabalho de fiscalização, de acordo com a agência, está sendo realizado pelas vigilâncias sanitárias locais dos estados e municípios onde as empresas estão situadas.

A reportagem do Hoje em Dia procurou a Secretaria de Estado da  Saúde de Minas Gerais para saber como está a atuação das equipes da Vigilância Sanitária estadual. O órgão informou que ainda não foi notificado pela Anvisa sobre a resolução determinando o recolhimento dos dois lotes de propilenoglicol.

 Procurado, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), responsável pela fiscalização dos alimentos comercializados no país, não se pronunciou sobre o possível uso de propilenoglicol em produtos alimentícios para consumo humano.

O órgão se limitou a enviar um ofício para estabelecimentos que atuam na área de alimentação animal solicitando que as empresas façam um rastreamento e se manifestem espontaneamente caso tenham usado um dos lotes contaminados. O Mapa também pediu que as empresas indiquem os lotes de propilenoglicol existentes nos estoque e os respectivos fabricantes/importadores.

O ministério informou ainda que não identificou a origem do monoetilenoglicol que gerou a contaminação.

Sobre os petiscos caninos que teriam sido contaminados, a Bassar Pet Food disse que vem fazendo o recolhimento voluntário da linha completa desde a semana passada e que está ajudando as autoridades na investigação do caso.

A reportagem procurou a Tecno Clean, que ainda não respondeu.

A empresa A&D Química, citada pela Tecno Clean como responsável pela importação dos lotes contaminados de propilenoglicol, também foi procurada pelo Hoje em Dia, mas ainda não deu retorno.

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