Guerra na Ucrânia

CERN, lar do Grande Colisor de Hádrons, decide desfazer cooperações científicas com a Rússia

João Paulo Martins
joao.oliveira@hojeemdia.com.br
09/03/2022 às 19:35.
Atualizado em 09/03/2022 às 19:40

A Organização Europeia para Pesquisa Nuclear (Conseil Européen pour la Recherche Nucléaire ou CERN) decidiu desfazer novas colaborações com instituições científicas da Rússia após pedido de cientistas da Ucrânia para interromper essas parcerias devido à invasão russa ao país.

A CERN, sediada em Genebra, na Suíça, opera o maior laboratório de física de partículas do mundo, incluindo o famoso Grande Colisor de Hádrons, que descobriu a chamada “partícula de Deus”, o bóson de Higgs, em 2012.

Fundada em 1954, a CERN conta atualmente com 23 países membros e sete estados associados. A Ucrânia é um dos associados, enquanto a Rússia não é membro formal da organização, revela a revista científica americana Scientific American.

No entanto, os cientistas russos representam cerca de 8% da equipe da CERN, equivalente a mil pessoas do total de 12 mil pesquisadores. Cientistas ucranianos, no entanto, solicitaram que a organização suspenda a cooperação com instituições russas em resposta à invasão que começou no final de fevereiro, medida que o conselho levou em consideração em uma reunião realizada nessa terça-feira (8).

“Os 23 estados membros da CERN condenam, nos termos mais fortes, a invasão militar da Ucrânia pela Federação Russa e lamentam a perda de vidas e o impacto humanitário resultantes. Profundamente tocados pelas consequências generalizadas e trágicas da agressão, a administração e o pessoal da CERN, bem como a comunidade científica nos estados membros da CERN, estão trabalhando para contribuir para o esforço humanitário na Ucrânia e para ajudar a comunidade ucraniana na CERN”, informa a Organização Europeia para Pesquisa Nuclear, em comunicado citado pela Scientific American.

Em resposta à guerra no leste europeu, o conselho concordou em apoiar os colaboradores ucranianos, suspendendo a Rússia do status de “observador” (mesmo dos EUA) e cancelando futuras cooperações com cientistas russos.

“A CERN, como um laboratório científico líder, deve encerrar imediatamente qualquer cooperação com instituições russas, porque, caso contrário, todos os crimes e todas as injustiças feitas por seu governo e suas forças armadas são vistas como legítimas”, diz um cientista baseado em Kiev, capital da Ucrânia, que não teve o nome revelado e que trabalha em experimento na CERN, citado pela revista americana.

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