Um terremoto de magnitude 8.8 atingiu o extremo leste da Península de Kamchatka, na Rússia, na madrugada desta quarta-feira (30) - horário local, gerando ondas gigantes e colocando diversas nações do Oceano Pacífico em estado de alerta máximo para tsunamis.
Trata-se do maior terremoto em magnitude no mundo desde o registrado em 2011 no nordeste do Japão (que ficou em 9,0–9,1 na escala Richter), cujo tsunami provocou o desastre na usina nuclear de Fukushima.
Conforme agências internacionais, no Japão, cerca de 1.9 milhão de pessoas no norte do país receberam ordens de evacuação, e uma onda de 1,3 metros já atingiu a prefeitura de Iwate. As autoridades japonesas alertam que ondas subsequentes podem ser ainda maiores e que não há, até o momento, relatos de mortos ou feridos. Trabalhadores das usinas nucleares de Fukushima Daiichi e Daini foram evacuados para áreas mais elevadas por precaução, sem registro de anormalidades nas instalações.
No Havaí, o Centro de Alerta de Tsunami do Pacífico confirmou o impacto de ondas, com a maior registrada em Oahu atingindo 1,21 metros. O governador Josh Green pediu que a população obedeça às ordens de evacuação e mantenha a calma, reforçando o risco nas próximas horas. O presidente dos EUA, Donald Trump, também aconselhou os americanos a ficarem atentos aos alertas.
A Califórnia, nos EUA, também foi impactada por alertas, com as autoridades pedindo que as pessoas evitem o litoral. Além disso, países como China, Filipinas, Indonésia, Guam, Peru e Ilhas Galápagos (Equador) emitiram alertas de tsunami em diferentes níveis. Em Kamchatka, uma onda de 3 a 4 metros foi registrada, e a agência estatal russa TASS informou sobre vários feridos leves, mas sem mortes ou ferimentos graves até o momento. Um jardim de infância foi danificado na região russa.
Cientistas alertam que tremores secundários significativos, com magnitudes de até 7.5, podem continuar por pelo menos mais um mês na Península de Kamchatka, que já vinha sendo afetada por uma série de terremotos nos últimos 10 dias.
Especialistas explicam que as ondas de tsunami viajam na velocidade de um avião a jato, levando aproximadamente "oito a nove horas" para um tsunami de Kamchatka chegar à costa oeste dos EUA. Ainda é difícil prever a total gravidade dos danos, pois as ondas de tsunami continuam a se propagar pelo Oceano Pacífico, e o impacto pode variar significativamente de um local para outro. A extensão do impacto depende da trajetória da energia irradiada do epicentro, sendo as áreas diretamente alinhadas com essa energia as mais afetadas.