BH deve vacinar 193 mil crianças entre 5 e 11 anos; medida pode gerar maior controle da pandemia

Bernardo Estillac *
portal@hojeemdia.com.br
16/12/2021 às 17:07.
Atualizado em 29/12/2021 às 00:34
 (banco de imagens/ Freepik)

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Belo Horizonte prevê vacinar cerca de 193 mil crianças entre 5 e 11 anos contra a Covid-19. Após resolução desta quinta-feira (16) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que aprovou o uso do imunizante da Pfizer para este público, o município aguarda a chegada de novas remessas de vacinas enviadas pelo Ministério da Saúde.

A decisão da Anvisa deve ser publicada no Diário Oficial da União ainda nesta quinta (16). Em nota, a Prefeitura de Belo Horizonte afirma que dispõe de pessoal e dos insumos necessários para a continuidade do processo de vacinação, como seringas e material de apoio.

As vacinas, com dosagem diferente para o público entre 5 e 11 anos, deverão ser enviadas pelo governo federal aos estados e depois repassada às cidades.

A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) informou que aguarda posicionamento do Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, sobre a aquisição de novas doses. Em nota, a pasta afirma que, assim que as vacinas forem recebidas, serão disponibilizadas para a imunização do público-alvo.

A imunização de crianças menores de 12 anos pode simbolizar um avanço no controle dos índices da pandemia. Para o infectologista e diretor médico da Target Medicina de Precisão, Adelino Melo Freire, as características de transmissão do vírus na população entre 5 e 11 anos representam uma dificuldade no combate à Covid-19.

“Este público apresenta uma taxa maior de pessoas assintomáticas, que são pessoas que adquirem o vírus, podem transmiti-lo, mas não desenvolvem sintomas. Isso é um problema para o controle da pandemia, porque você não consegue identificar essas pessoas a não ser que você teste a população em larga escala, que é algo que a gente não fez em momento algum no Brasil”, analisa Freire.

A expectativa é de que, com a imunização, as crianças representem um risco menor de transmitir a doença “abaixo do radar” por não apresentar sintomas ou desenvolverem quadros leves da Covid-19.

Ainda que as crianças entre 5 e 11 anos sejam menos vulneráveis aos sintomas da doença, o infectologista adverte que os casos graves acontecem neste público e que a vacinação é uma forma decisiva de proteção. 

Freire também ressalta que os pais devem levar os filhos para receberem o imunizante não apenas para protegê-los, mas também como uma medida comunitária de combate à disseminação da Covid.

“A vacinação é um ato de saúde coletiva. Então, além da proteção individual, o que a gente está buscando com esse tipo de medida é a proteção de todos. É reduzir ainda mais a transmissão da doença, controlar a disseminação do vírus, dando proteção aos indivíduos mais suscetíveis à doença grave como os idosos e os imunossuprimidos”, comenta.

Dose segura
Ao aprovar a aplicação do imunizante da Pfizer em crianças entre 5 e 11 anos, a Anvisa também anunciou que as vacinas para este público terão dosagem diferente da aplicada na população maior de 12 anos.

Adelino Melo Freire explica que a dosagem com carga menor de antígenos é comum em outras vacinas como hepatite A, tríplice bacteriana e gripe.

O infectologista afirma que a dosagem diferente evita efeitos adversos. A medida é pensada para minimizar reações causadas pelo imunizante nas crianças

“Isso visa minimizar o risco de efeito colateral, que normalmente são menores. Temos que lembrar que a dose é por peso e quando a gente pensa nessa faixa etária, ela não precisa da mesma dose que um adulto para fazer o mesmo efeito”, conclui.

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