Cem pessoas são atendidas por mês no HPS após serem mordidas por cães

Renata Evangelista
01/11/2019 às 19:34.
Atualizado em 05/09/2021 às 22:30
 (Editoria de Arte)

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Todo cuidado é pouco. O número de atendimentos a pessoas atacadas por cães cresceu 31% apenas no Hospital de Pronto-Socorro (HPS) João XXIII, na capital. Trata-se de uma média de cem socorros prestados por mês em 2019 na unidade que recebe casos graves – quando há risco de morte. 

Especialistas, no entanto, são categóricos ao afirmar que os animais só mordem para se defender após sentirem-se ameaçados. Fabrizia Portes Cury Lima, veterinária, professora e coordenadora do curso de veterinária da Faculdade Kennedy explica como agir em caso de ataque. Ouça:

A maioria das vítimas é próxima dos cachorros, como os filhos dos donos. Caso de uma menina de 2 anos que morreu em setembro, em Pará de Minas, no Centro-Oeste do Estado, depois que teve o pescoço mordido por um pitbull e um rottweiler. No último fim de semana, mais uma criança, de 1 ano, perdeu a vida no interior de São Paulo.

A garotinha mineira chegou a ficar quatro dias internada no HPS. Cirurgião de trauma e vice-diretor clínico do hospital, Rômulo Souki diz que as lesões mais comuns são nos membros superiores já que a pessoa quase sempre projeta a mão para se defender. “Mordidas na cabeça e pescoço são mais graves, pois podem atingir veias e artérias e provocar hemorragia”, explicou.

Conforme o médico, o tamanho, a profundidade e a localização das lesões indicam a melhor forma de tratamento. Cortes profundos demandam socorro imediato. “Mordidas na face, mãos e genitálias precisam de vacinação antirrábica humana. É um critério do Ministério da Saúde”, acrescenta o cirurgião. 

Além de pitbull e rottweiler, fila, doberman e bul terrier tendem a ser mais agressivos. Porém, a forma como o animal é criado define o comportamento do cão. “Existe a questão da raça, mas também a forma como o animal é tratado influencia muito”, afirma a coordenadora do curso de Veterinária das Faculdades Kennedy, Fabrízia Portes Cury Lima.

Especialistas garantem que os animais só atacam para se defender, após sentirem-se ameaçados

Mesmo se o cachorro for de um conhecido e a pessoa informar que ele é vacinado, a orientação é procurar auxílio médico. A dose é aplicada para prevenir a raiva, doença transmitida pelo cão. Já o soro antirrábico é ministrado em casos mais graves, pois pode provocar reações. “É um anticorpo para o vírus da doença. O tratamento é mais complexo e de mais risco”, afirma o diretor clínico do HPS, Rômulo Souki.

Casos mais simples

Acidentes mais simples, como os casos de arranhões e ferimentos superficiais, devem ser encaminhados até um centro de saúde ou Unidade de Pronto-Atendimento (UPA). Neste ano, foram 3,7 mil atendimentos na capital, conforme dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA). 

Em BH, existe uma lei específica, segundo a pasta, para “cães de raças consideradas perigosas”, como pitbull e rotweiler. O dono do cão deve mantê-lo vacinado. O animal precisa estar com focinheira quando for levado a locais públicos. Somente maiores de 18 anos podem conduzir o cachorro nas ruas da capital. Em caso de descumprimento, está prevista multa de R$ 50.Editoria de Arte 

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