Com maior movimento, mineiros devem ficar atentos às condições das estradas durante fim de ano

Bernardo Estillac e Luciane Amaral
portal@hojeemdia.com.br
30/12/2021 às 21:33.
Atualizado em 04/01/2022 às 00:16
 (PRF/DIVULGAÇÃO)

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É uma combinação fatal: chuva, imprudência e más condições das rodovias. De acordo com o coordenador do Núcleo de Infraestrutura e Logística da Fundação Dom Cabral, Paulo Resende, o motorista de Minas tem uma característica que o diferencia: nos períodos de férias e em feriados, o mineiro gostar de pegar a estrada. Deixa a cidade onde mora, e, em geral, vai para pontos turísticos ou para o litoral. 

“Nas rodovias que cortam Minas Gerais, nestes períodos, o deslocamento de pessoas é muito maior do que no Rio de Janeiro, por exemplo. E as características das estradas aqui em Minas, como pistas simples, em serras, com problemas na pavimentação asfáltica e também na sinalização, tudo isso aumenta o risco de acidentes nestes períodos”, afirma o professor. 

Ranking de estradas ruins

O Estado tem a maior malha rodoviária do Brasil, representando cerca de 16% do somatório. Segundo um levantamento divulgado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) e pelo SEST SENAT, em 2 de dezembro, as estradas daqui são as piores do Sudeste. A avaliação da CNT foi feita a partir da análise de 15.259 km de estradas em Minas. De acordo com a 24ª edição da Pesquisa CNT de Rodovias, 69,9% das rodovias mineiras têm algum tipo de problema. O índice é maior do que o registrado em todo o país, em que 61,8% da malha rodoviária foi considerada regular, ruim ou péssima.

Minas lidera esse triste ranking, seguido pelo Rio de Janeiro (60,5%) e pelo Espírito Santo(59,8%). Já São Paulo tem a melhor condição das rodovias, com apenas 20,4% das estradas em situação regular, ruim ou péssima. 

Para Paulo Resende, o levantamento da CNT é um dos melhores do mundo porque os pesquisadores percorrem as estradas brasileiras durante o ano usando aparelhos de alta precisão. São três quesitos principais avaliados: pistas (duplicadas ou simples), condição do pavimento asfáltico (varia entre péssimo a ótimo) e sinalização (horizontal, como faixas e vertical, como placas e avisos de curvas perigosas, por exemplo). E a combinação desses três fatores em más condições resulta no aumento do risco de acidentes, principalmente em períodos de grande circulação de veículos.

“O tipo de acidente que mais mata é a colisão frontal. O motorista deve ter condições ideais de visibilidade para fazer ultrapassagens. Ele deve ter absoluta certeza de que não há outro veículo vindo na pista no sentido contrário”, aconselha Resende.

Paciência

Outra observação importante é ter paciência. Em rodovias duplicadas, apesar do grande volume de tráfego, é possível desenvolver uma velocidade razoável. Mas, em pistas simples, quando há lentidão ou até retenção no trânsito, o motorista perde a paciência e tenta forçar uma ultrapassagem. “Se o pavimento está em más condições, com buracos ou irregularidades; se ele tentar passar pela direita e o acostamento tiver mato, buracos ou objetos cortantes, um pneu pode estourar e está aí o risco do acidente”, diz o professor. 

Além disso, um comportamento do motorista que pode prejudicar a viagem é a falsa sensação de segurança de quem costuma ir todo ano para o mesmo destino. “Muitos acreditam que conhecem a estrada, mesmo que passem poucas vezes por ela durante o ano. Aí, desrespeitam a sinalização ou quando ela é deficiente, ele acaba se arriscando muito, colocando a família em perigo”, alerta Resende. Ele lembra que álcool e a alta velocidade não combinam com o volante. “Para quem vai viajar por sete, dez horas, o que é uma hora a mais? É melhor chegar em segurança. O motorista deve olhar para o lado, para o banco de trás e se lembrar que é a família dele que está ali", conclui.

Prevenção de acidentes nas estradas

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, os motoristas devem redobrar os cuidados, durante o período das festas de fim de ano e das férias, já que as estradas mais cheias tornam maior a chance de acidentes. Conforme alerta o inspetor Aristides Amaral Júnior, porta-voz da corporação em Minas, outra grande preocupação são as chuvas, comuns ao período. “A visibilidade comprometida e o piso escorregadio representam riscos aumentados aos condutores”.

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