Em uma semana, centro especializado para Covid no Barreiro já atendeu 400 pessoas

Cinthya Oliveira
cioliveira@hojeemdia.com.br
22/07/2020 às 16:18.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:05
 (PBH/Divulgação)

(PBH/Divulgação)

Após o aumento da demanda de pacientes com suspeita de Covid-19, a Prefeitura de Belo Horizonte ampliou o atendimento específico para doenças respiratórias em unidades de saúde da capital. Desde quinta-feira (16), está em funcionamento o terceiro Centro Especializado em Covid-19 (Cecovid), montado na UPA Barreiro. Neste período, cerca de 400 pessoas foram atendidas no local.

“Já tínhamos em funcionamento as duas unidades de Cecovid nas UPAs Centro-Sul e Venda Nova, mas vimos a necessidade de ter um centro no Barreiro, por uma necessidade de descentralização e por haver um aumento de demanda na região”, explicou o gerente de Urgência e Emergência da Secretaria Municipal de Saúde, Alex Sander Sena.

De acordo com o boletim epidemiológico da PBH, entre as nove regionais da capital mineira, o Barreiro segue como a que possui o maior número de casos confirmados de Covid-19. Até o momento, foram registradas 36 mortes pela doença na região.

Para receber o Cecovid-Barreiro, foram instaladas tendas no estacionamento da UPA, onde são atendidos os pacientes de menor complexidade clínica, que não apresentam sintomas de doenças respiratórias. Quem apresenta falta de ar, tosse e febre é atendido na área interna.

Sena conta que as três unidades do centro especializado da cidade são as três principais portas de acesso ao sistema municipal de saúde para pessoas que apresentam doenças respiratórias. “Todas as unidades de pronto-atendimento da cidade podem atender esses pacientes, mas no Cecovid a pessoa poderá ter um atendimento mais específico e ágil, com uma maior possibilidade de internação”, explicou.

Além disso, ao separar o atendimento de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) de outras enfermidades, o sistema de saúde evita que pacientes com o novo coronavírus possam contaminar pacientes ainda não infectados.

Desde março, as unidades especializadas das UPAs Centro-Sul e Venda Nova atenderam a mais de 11 mil pessoas com sintomas compatíveis com a Covid-19. Sena garante que houve um investimento na contratação de profissionais (médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, técnicos de laboratório e fisioterapeutas) e nenhum paciente deixou de ser atendido, mesmo quando houve aumento da demanda por assistência.

Por enquanto, segundo ele, não há planos para abertura de um novo centro especializado para a doença. “As avaliações da assistência municipal de saúde acontece de forma diária, usando indicadores de assistência e volumetria. Verificamos os atendimentos nas UPAs e nos Cecovids e, por enquanto, não precisamos de abrir um novo centro, de ampliar esse trabalho para outra região”, disse.

Leitos semi-intensivos

Além de abrir o Cecovid Barreiro, a prefeitura ampliou o número de leitos semi-intensivos na unidade da UPA Centro-Sul, no bairro Santa Efigênia. O centro passou a contar com 12 leitos equipados com respiradores que podem atender a pacientes com quadro respiratório grave, enquanto aguardam transferência para um hospital.PBH/Divulgação

Cecovid da UPA Centro-Sul conta com 12 leitos semi-intensivos

De acordo com Sena, os leitos semi-intensivos permitem que os pacientes graves já recebam atendimento adequado, mesmo que a ocupação de leitos de UTI esteja alta. “Esses leitos tem respiradores e profissionais qualificados. O paciente não só aguarda vaga no hospital, ele tem o tratamento iniciado com medicamento e atendimento adequado”, explicou.

De acordo com o boletim epidemiológico divulgado pela prefeitura nessa terça-feira (21), há mais de 1.220 pessoas internadas em Belo Horizonte, neste momento, com Covid-19 – sendo 370 delas em leitos de terapia intensiva. O levantamento não mostra quantas vítimas são da capital ou do interior. A taxa de ocupação de UTIs para pessoas com novo coronavírus está em 91%.

Sena explica que o sistema de saúde público da capital recebe pacientes de todo o Estado. “Recentemente, apareceu na porta da UPA Centro-Sul um paciente com Covid do Norte de Minas. Essa ambulância veio descendo por quilômetros até conseguir atendimento para o paciente. E nós não negamos atendimento para ninguém”, garantiu.

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