Escolas se mobilizam para prevenção do coronavírus entre estudantes

Renata Galdino
rgaldino@hojeemdia.com.br
05/03/2020 às 20:56.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:51
 (Bruna Xavier/Divulgação)

(Bruna Xavier/Divulgação)

À medida que casos do novo coronavírus são confirmados no Brasil, instituições que reúnem grande número de pessoas, como escolas, se mobilizam na prevenção à doença. Até ontem, no país, oito pessoas atestaram positivo para o vírus. Dessas, duas foram infectadas dentro do território nacional, depois de manterem contato com doentes que manifestaram os sintomas após viagens ao exterior.

São seis vítimas de São Paulo, uma do Rio de Janeiro e uma do Espírito Santo. 

No balanço do Ministério da Saúde entra uma paciente de 13 anos, de São Paulo, que voltou recentemente da Itália, mas não apresentou os sintomas. Exames, porém, confirmaram a presença do vírus no organismo da menina.

Abordar o assunto com crianças e adolescentes, inclusive, é uma das ações colocadas em prática por unidades de ensino em Belo Horizonte para reforçar a prevenção. 

Além de esclarecer os alunos sobre o coronavírus, a rotina de cuidados é foco não apenas para essa enfermidade. “Não podemos perder essa atenção no dia a dia.

A dengue, por exemplo, mata mais que esse novo vírus”, destaca Vanderlei Soela, diretor do Colégio Marista Dom Silvério.

Lá, uma campanha para relembrar os cuidados diários está sendo realizada, desde segunda-feira, em salas de aula da educação básica até o ensino médio. Os estudantes menores são abordados com atividades lúdicas, como teatros e jogos. Já os maiores, debatem sobre o tema. Oferta de álcool gel e desinfecção dos ambientes foram ampliadas.

Medidas semelhantes foram adotadas pela direção da rede Colégio M2, que conta com seis unidades na capital e região metropolitana. “Com os casos da doença surgindo, reforçamos as orientações aos alunos, como, por exemplo, a importância da higiene e lavar as mãos com frequência”, destacou a diretora de Comunicação da escola, Janaína Rodrigues Viana.

Sem pânico
Pediatra da Unimed-BH, Andréa Chaimowicz afirma não haver motivo para pânico. “Ao conversar com os filhos sobre o novo vírus, os pais precisam buscar informações de fontes confiáveis e não alarmar as crianças e adolescentes”, diz.

Palavra do Especialista​

Os pais devem se empenhar para não ficarem alarmados e também não alarmarem as crianças. Também é preciso estarem atentos às fontes das quais recebem as informações, sempre checar se são verdadeiras, para proteger os filhos de notícias falsas. Agora, o cuidado com as doenças respiratórias deve ser constante, falar com as crianças e adolescentes sobre a prevenção o ano todo, como tossir na dobra do cotovelo, lavar as mãos frequentemente, evitar colocar a mão no rosto, olhos e nariz, por exemplo. Quando o vírus chegar a BH e virar epidemia, a orientação é evitar aglomerados, mas é importante seguir o que as autoridades de saúde irão preconizar. Em Minas Gerais, a Vigilância Epidemiológica funciona muito bem. Em relação à gravidade das doenças respiratórias, vai depender da idade da criança. As menores de um ano, principalmente as de até seis meses, têm risco maior. Porém, no caso do coronavírus, não sabemos o motivo, mas as crianças têm tido alguma proteção.

Andréa Chaimowicz, Pediatra da Unimed-BH

Além disso

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) informou já ter iniciado as tratativas para a substituição dos 13 funcionários que deixaram os cargos, na quarta-feira, na Subsecretaria de Inovação e Logística. Segundo a pasta, a saída do responsável pela subsecretaria e dos demais servidores “se dá em razão de adaptações necessárias aos serviços prestados”. O atendimento à população não será prejudicado, garantiu o Executivo.

Os funcionários teriam pedido exoneração porque não estariam concordando com os processos de compras de remédios. Em nota, a SES esclareceu que “em anos anteriores, especialmente com a publicação do decreto de calamidade financeira, criou-se um cenário de desabastecimento de medicamentos, houve uma diminuição na participação de licitações, várias entregas não foram realizadas. Como em uma situação de mitigação do desabastecimento não há que se falar em compras desnecessárias, no final de 2019, foi feito o levantamento do número de ações (judicializadas) em descumprimento, bem como do quantitativo de estoque de medicamentos para cumprimento de ordem judicial, de modo que gradativamente estamos fazendo a sua reposição”.

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