Mais um ônibus é incendiado na Região Metropolitana de BH; já são quatro ataques em uma semana

Anderson Rocha
@rochaandis
15/09/2020 às 09:12.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:32
 (Instagram/Reprodução)

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Mais um ônibus foi incendiado na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Dessa vez, o crime ocorreu em Vespasiano. Segundo a Polícia Militar, os incendiários deixaram um bilhete ao motorista pedindo atenção ao tratamento dos presidiários da Nelson Hungria, em Contagem. Já são quatro ocorrências em menos de uma semana na Grande BH.

Conforme a PM, o condutor do coletivo da linha 5605, que faz o trajeto entre o bairro Serra Dourada e a Estação Morro Alto, foi abordado por dois homens, por volta de 23h50 dessa segunda-feira (14). A dupla exigiu que ele alterasse o itinerário. 

Em determinado momento, quando o ônibus passava pela rua Principal, no Serra Verde, os suspeitos exigiram que o trabalhador parasse o veículo e descesse. Eles teriam entregue um bilhete ao homem, com innformações sobre o tratamento dado a presos na penitenciária Nelson Hungria. 

Em seguida, os bandidos jogaram combustível no ônibus, fugindo no sentido aos prédios do bairro Serra Dourada. 

O Corpo de Bombeiros foi chamado ao local e utilizou cerca de 2 mil litros de água para controlar as chamas. Segundo a corporação, o fogo se alastrou rapidamente. 

Segundo a PM, uma equipe da Cemig foi ao local para avaliar a estrutura da rede elétrica, que foi parcialmente danificada. 

A ocorrência foi encaminhada para a Delegacia de Plantão de Vespasiano. A Polícia Civil investiga os casos.

Quarta-feira (9)

O primeiro incêndio a ônibus ocorreu na quarta-feira (9). Um coletivo da linha 5502 C (Pousada Santo Antônio) foi queimado no bairro Jardim Vitória, na região Nordeste de Belo Horizonte.

Sexta-feira (11)
Dois dias depois, na sexta-feira (11), outro ônibus foi queimado no mesmo bairro. Desta vez, a linha 825 (Estação São Gabriel/ Vitória II via UPA Nordeste). 

De acordo com a Polícia Militar, o caso ocorreu na rua 2.469, altura do número 140, no Jardim Vitória, por volta de 23h30. Segundo informações do motorista do coletivo, ele iria fazer uma manobra de retorno em uma rotatória quando dois automóveis interceptaram o veículo.

Em seguida, três homens fortemente armados desembarcaram dos carros e mandaram que o condutor e sete passageiros descerem. Um dos suspeitos lançou gasolina no veículo maior, que ficou destruído.

Um dos criminosos deixou um bilhete com os seguintes dizeres: "a partir de hoje, se não parar com a opressão dentro da (penitenciária) Nelson Hungria e não se tirar o diretor que está lá, nós vamos começar a matar os agentes e vamos acabar com Minas Gerais. E se a visita dos nossos amigos não voltar até o mês que vem, BH e Minas vão ser destruídos. Então, dá um jeito para a gente não começar a atacar os agentes".

Em seguida, os homens fugiram. A perícia compareceu ao local. O bilhete e a ocorrência foram encaminhadas para a Central de Flagrantes 1, no bairro Floresta, na região Leste de BH.

Sábado (12)

No dia seguinte, sábado (12), um veículo da linha 705, que faz o trajeto entre a Estação São Gabriel, na região Nordeste de BH, e o bairro São Tomaz, na região Norte da capital, foi destruído.

Segunda-feira (14)

O quarto ônibus incendiado pertencia à linha 5605, que faz o trajeto entre o bairro Serra Dourada e a Estação Morro Alto, em Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Em nenhum dos casos houve feridos. A Polícia Civil investiga os casos. Nesta terça-feira (15), a Polícia Militar iniciou uma operação contra os ataques.

Procurada, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que ainda não há data confirmada para o retorno das visitas presenciais nos estabelecimentos penais de Minas Gerais. "O cenário está sendo avaliado diariamente pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp)", explicou, em nota. Apesar disso, declarou que a pasta colocou em prática um projeto para visitas virtuais nas unidades prisionais. Sobre as críticas à direção do presídio, a Sejusp informou que as denúncias só podem ser apuradas caso elas sejam feitas nos canais oficiais, como a Ouvidoria do Sistema Penitenciário. 

Leia a nota na íntegra:

Ainda não há data confirmada para o retorno das visitas presenciais nos estabelecimentos penais de Minas Gerais. O cenário está sendo avaliado diariamente pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). 

Diante da suspensão das visitas presenciais, o Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG) colocou em prática o projeto "A esperança vem de casa", que consiste em visitas virtuais, realizadas em salas das áreas administrativas das unidades prisionais.

Ao todo já foram realizadas mais de 40 mil visitas familiares virtuais em Minas Gerais desde a implantação do projeto. No Estado, mais de 90% das unidades estão ofertando esta modalidade de visitação para garantir que custodiados e familiares possam se encontrar neste momento de necessidade do distanciamento social.

Das 194 unidades prisionais administradas pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), por meio do Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG), 181 já ofertam a visitação online. Além das visitas a distância, a pasta incentiva também o envio e recebimento de cartas, além de realizar as ligações telefônicas. A média do sistema prisional é de 35 mil cartas recebidas e enviadas e de 15 mil ligações realizadas semanalmente.

A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), por meio do Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG), ressalta que não compactua com qualquer desvio de conduta de seus servidores e que toda a ação inadequada, quando devidamente formalizada, é apurada com o rigor e a celeridade exigidos, respeitando sempre o direito à ampla defesa e ao contraditório.

Para que as denúncias sejam devidamente apuradas, é necessário, contudo, que elas sejam feitas mediante os canais oficiais, como a Ouvidoria do Sistema Penitenciário, a fim de que os dados repassados sejam apurados com a seriedade que o tema exige.

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