Mineiros vacinados contra a Covid-19 relatam alívio, paz e expectativa por retomar a rotina

Luiz Augusto Barros
@luizaugbarros
20/03/2021 às 08:07.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:27
 (Maurício Vieira/Hoje em Dia)

(Maurício Vieira/Hoje em Dia)

Ainda que a conta-gotas, a vacinação contra a Covid-19 renovou a esperança dos mineiros já protegidos. Receber as duas doses do imunizante representa força para seguir na linha de frente do combate à pandemia e motivação extra para sonhar com uma vida normal, de olho em sonhos antigos que foram adiados por conta da crise sanitária.

A blindagem do seleto grupo prioritário chega justamente em um cenário catastrófico, de aumento de casos do coronavírus, esgotamento dos leitos de terapia intensiva, risco de faltar insumos e busca frenética por novos profissionais de saúde. 

No Estado, quase 1 milhão de pessoas mais vulneráveis foram vacinadas. Dessas, pouco mais de 400 mil (menos de 2% da população) receberam as duas doses. Dentre eles, idosos de instituições de longa permanência, como o Instituto Geriátrico Afonso Pena (Igap), mantido pela Santa Casa de Belo Horizonte. 

Silvana Rossi Lima, de 63 anos, é uma delas e não vê a hora de abraçar os familiares, já que as visitas seguem suspensas desde abril do ano passado, como forma de evitar a transmissão da enfermidade.

“Fiquei meio ansiosa achando que poderia ir para a rua e não é bem assim. Mas é uma sensação de alívio, estamos mais protegidos. Porém, ainda temos que usar máscara e álcool em gel”, reforçou. Ela ainda conta que sente falta das atividades do instituto. “Tinha bingo toda terça-feira e no fim do mês tínhamos uma festa com música para comemorar os aniversários”, relembra. 

A única forma de ver os filhos e netos é de longe, de dentro do Igap, enquanto os parentes ficam do lado de fora, no portão do instituto, acenando e conversando em tom mais elevado por causa da distância.

Quem também deseja realizar velhos sonhos, impedidos por uma doença que chegou de repente e já matou mais de 21 mil pessoas em Minas é José Brito, ou Seu Zé Brito, como é chamado pelos conhecidos. Aos 68 anos, o plano é lançar um CD junto de três amigos assim que as condições sanitárias permitirem.

O disco, que deveria ter sido concluído em 2020, terá sete músicas autorais inéditas, todas compostas por ele, além de uma canção mais antiga, gravada há 12 anos. “Estava tudo prontinho, em março o acordeonista foi ao estúdio e gravou. Mas um dos componentes do trio, que é um senhor de 72 anos, é do grupo de risco, então não pôde ir ao estúdio gravar a voz”, contou.

Dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES) mostram que 21 mil idosos que vivem em asilos receberam as duas doses da vacina contra a Covid-19, o equivalente a 54,22% desse grupo.

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