Mineradora vai construir poço artesiano após extravasamento de água em barragem

Liziane Lopes
llopes@hojeemdia.com.br
26/12/2019 às 15:28.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:05
 (Prefeitura de Congonhas)

(Prefeitura de Congonhas)

A Ferro+ Mineração, responsável pela barragem de Josino, em Congonhas, na região Central de Minas Gerais, https://www.hojeemdia.com.br/horizontes/barragem-transborda-em-congonhas-t%C3%A9cnicos-est%C3%A3o-no-local-para-avaliar-estrutura-que-n%C3%A3o-se-rompeu-1.763542, vai construir um poço artesiano para a comunidade que vive no entorno da área atingida. A ação foi definida em reunião, nesta quinta-feira (26), entre representantes da prefeitura, da Copasa e da empresa de mineração. De acordo com a Prefeitura de Congonhas, o problema de abastecimento de água no bairro Pires é recorrente no período chuvoso e precisava de uma solução definitiva.  O extravasamento de água aconteceu na última sexta-feira (20), durante um forte temporal que atingiu a cidade. Em uma hora, choveu 120mm. Com o grande volume de água, o conteúdo extrapolou a barragem e chegou a atingir a BR-040, na altura do bairro Pires.  Por causa da tempestade, o sistema de abastecimento de dois mil moradores do bairro Pires também foi afetado. A água começou a chegar barrenta às casas de moradores, que tiveram o fornecimento interrompido. Como medida paliativa, o abastecimento passou a ser feito por caminhões-pipa e galões.  A diferença entre um transbordamento e um extravasamento é que o primeiro ocorre quando a água passa por cima da barragem e o segundo, quando a água escoa por um sistema próprio. Por meio de nota, a Ferro+ Mineração informou que "o dique do Josino, que em razão das fortes chuvas registrou extravasamento na última sexta-feira (20), não tem correlação com o abastecimento de água do bairro do Pires em Congonhas. Órgãos competentes (ANM, FEAM, Defesa Civil, Ministério Público, Polícia Militar de Meio Ambiente e Prefeitura de Congonhas) fiscalizaram o dique, responsável por captação de água pluvial e contenção de sedimentos, e confirmaram a integridade da estrutura, que está operante e intacta, sem registro de rompimento. A Comunidade do Pires é abastecida por nascentes a céu aberto, sendo prejudicadas continuamente pelas chuvas que atingem a região", esclareceu a empresa.  Ainda conforme a empresa, 100% dos rejeitos gerados no processo produtivo são empilhados a seco.  Vistorias Na ocasião, a Agência Nacional de Mineração (ANM) chegou a falar em transbordamento e circulou boatos de possível rompimento da barragem. Técnicos da ANM estiveram no local para vistoria e, em análise preliminar, descartaram qualquer problema na estrutura, que está classificada dentro da Política Nacional de Segurança de Barragens com categoria de risco baixo e dano potencial associado médio garantiram que a estrutura estava estável. Em nova vistoria, técnicos ainda afirmaram que a água que invadiu a BR-040 não veio do transbordamento da barragem do Josino, como foi apontado anteriormente. Foi constatado que a estrutura liberou água por um sistema interno de escoamento e o volume se juntou ao que passava pela rodovia. Já de acordo com a Defesa Civil de Minas Gerais, a barragem é pequena, com capacidade para apenas 16,6 mil metros cúbicos. Como comparação, a capacidade da barragem que se rompeu em Brumadinho era de 12,7 milhões de metros cúbicos. O método de alteamento da barragem do Josino - a jusante - também é mais seguro do que a estrutura a montante como foi construída a barragem em Brumadinho. Um laudo ambiental deve ser finalizado nos próximos 30 dias e não está descartada a aplicação de penalidades pelo danos ambientais verificados. 

Confira a nota completa enviada pela empresa:


 

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