Perícia não encontra substância tóxica em cerveja que teria causado morte de PM aposentado

Anderson Rocha
@rocha.anderson_
11/06/2021 às 19:18.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:09
 (Polícia Civil/Divulgação)

(Polícia Civil/Divulgação)

As latas de cerveja recolhidas na casa de um policial militar da reserva, que morreu no fim do mês passado após o consumo da bebida supostamente contaminada por dimetil glicol, em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, e periciadas pelo Instituto de Criminalística da Polícia Civil, não continham a substância tóxica. A conclusão foi divulgada nesta sexta-feira (11). O inquérito segue em andamento.

De acordo com a corporação, a análise não constatou a presença de solventes da classe de glicóis, como o monoetilenoglicol, dietilenoglicol e metiglicol nas amostras do líquido. Agora, os investigadores aguardam o laudo da necropsia, que deverá determinar as causas do óbito do aposentado, que tinha 61 anos. A previsão é que o resultado seja conhecido em até três semanas.

No início do mês, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) declarou que não há evidência no caso em questão que estabeleça relação direta da morte com o consumo do produto. Por essa razão, o órgão federal informou que a produção da bebida pode ser continuada. Apesar disso, o Mapa explicou que aguarda o laudo solicitado pela Prefeitura de Juiz de Fora à Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte.

Além da polícia, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informou que acompanha a apuração do caso, ainda sem "resultado final ou definição de causa da doença e do óbito do paciente".

Morte após passar mal

O caso teve início na noite de 7 de maio, data em que o policial militar da reserva - segundo boletim de ocorrência registrado pela viúva - sofreu fortes dores abdominais e teve vômito após consumir duas embalagens de 473 ml de uma cerveja. Na ocasião, ele também havia comido dois pratos de feijoada.

Dois dias depois, o homem ainda apresentava muito mal-estar e procurou a emergência do Hospital Albert Sabin, em Juiz de Fora. O diagnóstico foi de intoxicação alimentar. O paciente foi atendido, medicado e liberado.

Como ainda apresentava vômitos frequentes, ele decidiu retornar ao pronto-atendimento em 13 de maio e foi constatada a insuficiência renal. O militar foi internado no Centro de Terapia Intensiva (CTI), passou por hemodiálise e na sexta-feira (14) precisou ser intubado. Ele veio a óbito no dia 27.

O boletim de ocorrência feito na data da morte trazia a informação de que a equipe médica "realizou uma biópsia", em 15 de maio, que foi concluída quatro dias depois com "sugestão de intoxicação por dimetil glicol". A situação foi informada à família, ainda segundo o B.O..

Por nota, a fabricante da cerveja informou que, em "consonância com as normas vigentes", utiliza apenas álcool etílico potável para o sistema de resfriamento da bebida, na concentração de 18%. "Destaca ainda não fazer uso de nenhuma outra substância, em qualquer parte do processo, fato esse comprovado pela inspeção do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa)".

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