'Tragédia foi pequena diante do descaso', diz filha de vítima de intoxicação por dietilenoglicol

Renata Evangelista
rsouza@hojeemdia.com.br
09/06/2020 às 14:51.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:43
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

A Polícia Civil concluiu que desde 2018 a substância química dietilenoglicol estava presente na fábrica da cervejaria mineira Backer. Junto com o monoetilenoglicol, o produto foi o responsável por intoxicar 29 pessoas, sendo que sete delas morreram. 

Para a filha de uma das vítimas da contaminação, a tragédia poderia ter tomado proporções ainda maiores. Isso porque a Backer era uma das maiores e premiadas cervejarias artesanais do país. "Podemos afirmar que a tragédia foi pequena, ela poderia ter atingido um público ainda maior", declarou Cristiane Assis, que perdeu a mãe Maria Augusta de Campos Cordeiro, de 59 anos, no fim do ano passado. A mulher morreu aproximadamente 38 horas após o início dos sintomas de intoxicação e é um dos sete óbitos investigados no inquérito.Lucas Prates

Cristiane acompanhou a apresentação do resultado inquérito

Apesar da dor pela perda da mãe, Cristiane disse que batalha para que a cervejaria pague um auxílio emergencial para as vítimas que ainda estão sofrendo por causa da intoxicação. "Espero que a Justiça seja feita. A minha mãe não volta, mas estou representando as outras famílias. Todas precisam de auxílio", destacou.

Nesta manhã, a filha de Maria Augusta acompanhou a apresentação da conclusão do inquérito sobre o caso, que resultou no indiciamento de 11 pessoas. Para ela, é assustador imaginar que o vazamento na empresa acontecia desde 2018. 

"A tragédia pode ser considerada pequena diante do descaso de uma contaminação que ocorria desde 2018. Onde estavam os gestores dessa empresa, que falavam de prêmios? Que qualidade é essa que matou a minha mãe e outras pessoas? Que devastou a vida de muita gente", lamentou Cristiane.

Em nota, a Backer informou que irá honrar com suas responsabilidades junto à Justiça, às vítimas e aos consumidores. "Sobre o inquérito policial, tão logo os advogados analisarem o relatório, a empresa se posicionará publicamente".

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