Tremor de terra em Congonhas deixa vizinhos de barragem em alerta

Liziane Lopes
26/11/2019 às 08:58.
Atualizado em 05/09/2021 às 22:49
 (Lucas Prates/Hoje em Dia)

(Lucas Prates/Hoje em Dia)

Os moradores de Congonhas, na região Central de Minas Gerais, estão em alerta, após o tremor de terra de magnitude 3,2 na escala Richter,  registrado na cidade, na noite dessa segunda-feira (25). A principal preocupação é que o abalo tenha afetado, de alguma forma, uma das maiores barragens em área urbana do país e que fica na cidade, a barragem Casa de Pedra, da CSN Mineração.

O Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UNB) registrou o tremor. De acordo com Observatório, o epicentro foi no território de Belo Vale, também na Região Central.

A Prefeitura de Congonhas informou, por meio de nota, que fez contatos com diversas pessoas para verificar a origem do fenômeno, se de ordem natural ou provocada por algum acidente.

Ainda conforme a administração municipal, a CSN Mineração informou que o tremor não causou nenhuma anomalia na estrutura da barragem Casa de Pedra. Também não houve nenhum dano nas demais estruturas da unidade CSN Mineração, sendo descartado ainda possível acidente no paiol de explosivos da CSN Mineração.

Também na noite dessa segunda, o tenente-coronel Flávio Godinho, coordenador-adjunto da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec), se deslocou para a cidade, onde fez contato com a CSN e com a Vale, que também tem barragem na região. De acordo com ele, as empresas informaram que não foi registrada nenhuma anomalia nas estruturas. A Agência Nacional de Mineração também enviou equipe para o local. A chegada está prevista para a parte da tarde.

A Vale informou que não foi encontrada nenhuma anomalia nas estruturas geotécnicas na barragem que pertence a ela. O local é vistoriado pelo centro de monitoramento geotécnico da companhia. A reportagem procurou também pela CSN e aguarda retorno.

 O que significa 3,2 na Escala Richter?

Atualmente não há um ponto máximo na Escala Richter. Mas como base são usados os registros mais altos de 9,5, na Costa do Chile e no Japão, responsáveis por grandes tragédia. 

De acordo com o geofísico Juraci Carvalho, do Observatório da UnB, o tremor registrado em Congonhas é considerado baixo. "É uma sismo de magnitude pequena, que normalmente não deveria causar nenhuma preocupação se as edificações forem construídas com as boas práticas de engenharia", afirmou. 


Relembre

Em março deste ano, https://www.hojeemdia.com.br/horizontes/ap%C3%B3s-negar-retirada-de-moradores-csn-quer-retomar-discuss%C3%B5es-sobre-seguran%C3%A7a-em-congonhas-1.703674. Uma escola e uma creche também foram fechadas por estarem a um quilômetro da barragem.

Segundo a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), a barragem tem 76 metros de altura e capacidade para 50 milhões de m³ de rejeito. 

Em caso de rompimento, conforme o MP, a onda de inundação atingiria as primeiras edificações dos bairros Cristo Rei e Residencial Gualter Monteiro em até 30 segundos, o que tornaria impossível qualquer tipo de atuação da Defesa Civil ou do Corpo de Bombeiros.

Ainda na época, a mineradora se recusou a cumprir a recomendação, reforçando que não existia risco de rompimento da barragem.

Confira nota da prefeitura de Congonhas:

"Após diversos relatos de moradores sobre tremores de terra sentidos em diversos pontos da cidade, a Prefeitura de Congonhas fez contatos com diversas pessoas para verificar a origem do fenômeno, se de ordem natural ou provocada por algum acidente. Equipe da Prefeitura seguem monitorando informações sobre a seguranças das estruturas de barragens. A primeira preocupação foi com a condição de estabilidade da estrutura da Barragem Casa de Pedra, que é a mais próxima da área urbana. A CSN Mineração informou que “o tremor sentido em Congonhas na noite de hoje (25/11) não causou nenhuma anomalia na estrutura da barragem Casa de Pedra. Também não houve nenhum dano nas demais estruturas da unidade CSN Mineração”. De acordo com a mineradora, também foi “descartado acidente no paiol de explosivos da CSN Mineração”.

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