
"Sinto alívio por saber que o homem que tentou me matar está preso. Mas, tenho medo que ele seja solto". O relato é da vítima de tentativa de feminicídio, Verônica Cristina Suriane, de 40 anos, que levou 17 facadas na última segunda (23).
A advogada prestou depoimento de duas horas nesta sexta-feira (27) na Delegacia de Plantão de Atendimento à Mulher e também fez exame de corpo de delito.
Verônica foi agredida com 17 facadas pelo ex-companheiro, o engenheiro Bruno da Costa Vaz, de 33 anos, na segunda (23).
Após o crime, registrado por câmeras de segurança, ele fugiu em um carro de luxo e foi preso em flagrante na casa de parentes.
"Bruno é um homem violento e cruel. Não tem problemas mentais. Ele tentou me matar por que tem certeza da impunidade. Precisa cumprir a pena preso", afirma Verônica sobre a tentativa do ex-companheiro de alegar problemas mentais para pedir liberdade.
A Justiça negou o pedido de Bruno e converteu a prisão em flagrante em preventiva durante audiência de custódia na última quarta-feira (25). No entendimento da Justiça, o engenheiro representa um grave risco à integridade física da vítima.
O depoimento de Verônica demorou cerca de duas horas. A advogada também fez exame de corpo de delito na própria delegacia. O laudo será anexado ao inquérito e é peça importante para comprovar que a vítima levou 17 facadas.
"Foram 17 facadas nas costas, três nos braços, uma na coxa e uma no tóxax. Uma clara intenção de que ele queria acabar com minha vida", reforça Verônica.
Para a advogada, as imagens das câmeras de segurança que flagraram o momento das agressões também comprovam a intenção de acabar com a vida dela. "Foi muito difícil assistir as imagens e ver meus dois filhos gritando e pedindo por socorro e Bruno me atacando com violência", completa.
Denúncia
A vítima chegou a registrar oito boletins de ocorrência por
causa das ameaças de Bruno. A primeiro foi depois de levar um tapa quando o casal saía de uma festa no final do ano passado.
"É preciso denunciar, procurar a Polícia. As mulheres precisam estar atentas para notar todos os sinais de violência", orienta.
Apesar de todo apoio da família, Verônica conta que vai começar a fazer uma terapia voltada para violência contra a mulher. "O que passei causa sofrimento psicológico. Quero me recuperar, cuidar dos meus filhos e retomar minha rotina e, inclusive, o trabalho", planeja.
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