
O aumento na passagem de ônibus em Belo Horizonte vai causar impactos negativos para o setor de comércio e serviços. A previsão é da Câmara de Dirigentes Lojistas da capital mineira (CDL/BH). O órgão disse ter acionado a administração municipal nessa quarta-feira (6), solicitando esclarecimentos. A PBH, no entanto, diz que não recebeu o ofício.
Caso a PBH acate a decisão judicial que acolhe pedido do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros da capital mineira (Setra BH) e determina a implantação do reajuste anual, a tarifa na cidade pode saltar de R$ 4,50 para R$ 5,85.
O aumento de 30% é considerado inviável pela CDL, já que atingiria tanto empregados quanto proprietários de estabelecimentos. No ofício, a entidade destacou que, em 2017, o valor da tarifa era de R$ 4,05. “Nos últimos cinco anos, a inflação acumulada foi de 22,07%. Ou seja, se houvesse um aumento de acordo com o índice inflacionário, a tarifa seria de R$ 4,95”, afirmou o presidente Marcelo de Souza e Silva.
Ele considera, ainda, que um reajuste para R$ 5,85 significaria em 44,4% de aumento em relação ao valor praticado em 2017, mais que o dobro da inflação.
“Os trabalhadores dos setores de comércio e serviço são a maioria dos usuários do sistema de transporte coletivo em nossa capital. Um aumento na tarifa certamente vai provocar um enorme impacto negativo”, disse.
Em BH, o assunto anterior estava relacionado a uma possível redução do valor da tarifa. Um Projeto de Lei (PL), ainda à época de Kalil, autoriza que a PBH assuma R$ 0,20 no preço final da passagem, o que, se houvesse sido aprovado, faria com que o valor caísse para R$ 4,30.
O PL, no entanto, foi tema de impasses envolvendo a Câmara Municipal e o até então prefeito da capital, e, após passar por mudanças, ainda será apreciado pela Comissão de Legislação e Justiça (CLJ) da CMBH.
“Durante o mês de março, foi criada uma enorme expectativa na cidade quanto ao valor da tarifa, que poderia ser reduzida. Então é indispensável saber se este aumento de 30% está respeitando as cláusulas contratuais”, finalizou o presidente da CDL/BH.