BH amplia UTIs para pacientes com Covid-19, mas rede privada já tem até lista de espera por vaga

Luiz Augusto Barros*
@luizaugbarros
18/03/2021 às 21:54.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:27
 (Marcelo Seabra/Fotos Públicas)

(Marcelo Seabra/Fotos Públicas)

O risco de colapso no sistema de saúde em Belo Horizonte levou a prefeitura a abrir 18 novas vagas nas terapias intensivas destinadas a quem contraiu a Covid-19. No entanto, o reforço não foi suficiente para reduzir a taxa de ocupação, que há dois dias segue em 96,6%. Atualmente, 738 pacientes graves estão internados. A capital soma 127 mil casos da doença, e já há fila de espera por leito de UTI em hospitais privados. 

Segundo a administração municipal, a cidade conta com 764 leitos. Com a ampliação no SUS, a utilização das UTIs da rede pública caiu de 91,1% para 85,4%, nessa quinta-feira (18). Porém, a situação da rede privada segue em estado de alerta máximo. Não há mais vagas desde quarta-feira (17), e a ocupação atingiu 109,6%, contribuindo para que o índice geral não mudasse. Com isso, 34 pessoas aguardavam, ontem, por um leito de UTI em hospitais da rede particular.

Outros dois indicadores que avaliam a pandemia em BH também seguem no vermelho. O número médio de transmissão por infectado diminuiu, atingindo 1,23. Entretanto, as enfermarias recebem cada vez mais doentes, com 80,3% das vagas ocupadas. 

Em nota, a prefeitura disse que todos os pedidos de hospitalizações passam pela Central de Internação (CINT) e que a maior dificuldade atualmente, em relação às UTIs, é conseguir profissionais de saúde disponíveis para trabalhar. Tanto o Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro, no Barreiro, quanto o Odilon Behrens estão com editais abertos. 

De acordo com Carla Anunciatta, presidente do Conselho Municipal de Saúde de BH, a entidade já conversou com a Secretaria Municipal sobre os estoques de medicamentos e oxigênio. “Está regular. Nesse ponto não estamos em uma situação como a dos leitos, ambulância e vagas em UPA. A nossa preocupação é o esgotamento dos leitos, que estão todos cheios”, afirmou.

Conforme a representante, o conselho enviou à PBH um ofício sugerindo um lockdown na cidade para frear o avanço do vírus. A ideia é que haja mais restrições do que as medidas já aplicadas pela prefeitura. O grupo pleiteia, por exemplo, a interrupção do transporte coletivo temporariamente. “Vai chegar em um ponto que não vai ter atendimento”, avaliou Carla.

A Secretaria Municipal de Saúde disse que recebeu as recomendações do conselho, “que são sempre consideradas nas avaliações e tomadas de decisão da prefeitura”. Porém, alegou que já cumpre medidas rígidas após recuar na flexibilização do comércio, aderir à Onda Roxa e intensificar as ações de fiscalização como forma de garantir o cumprimento do decreto municipal.

Até o momento, de acordo com o boletim epidemiológico da prefeitura, dos 127 mil belo-horizontinos infectados pelo coronavírus, 2,9 mil perderam a vida por complicações da doença. Por outro lado, 117 mil já se recuperaram da Covid e outros 6,7 mil ainda estão em acompanhamento médico.

* Com Rosiane Cunha

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