Menino tinha 10 anos

Caso Pavesi: julgamento de médico acusado de morte e retirada ilegal de órgãos é retomado hoje

Da Redação
portal@hojeemdia.com.br
19/04/2022 às 09:13.
Atualizado em 19/04/2022 às 09:20
 (Redes Sociais)

(Redes Sociais)

O julgamento de Álvaro Lanhez, um dos médicos acusados pela morte e retirada de órgãos do menino Paulo Veronesi Pavesi, à época com 10 anos, foi suspenso na noite de segunda-feira (18) e retomado na manhã desta terça (19), pouco antes de 9h, quando foi proferida a sentença. 

O réu está em São Paulo (SP) e foi ouvido virtualmente. Segundo a denúncia do Ministério Público, Álvaro e outros médicos são acusados de adotar procedimentos ilegais para forjar a morte cerebral de Paulo Pavesi, em abril de 2000, e, em seguida, retirar e transplantar os órgãos do menino. O caso foi registrado em Poços de Caldas, no Sul de Minas.

O júri foi iniciado na tarde de ontem, quando testemunhas foram ouvidas também de forma virtual. O pai do menino, que está na Itália, é a única testemunha de acusação. Ele foi o primeiro a ser ouvido.

Já as cinco de defesa estão em Poços de Caldas, Campinas (SP), Porto Alegre (RS) e Cruzília, também no Sul do Estado.

Álvaro já deveria ter sido julgado em outubro do ano passado, mas o júri foi adiado quando o médico dispensou oito advogados que trabalhavam na defesa. Quatro mulheres e três homens compõem o conselho de sentença. 

Caso Pavesi 

O caso teve início em 19 de abril de 2000, quando Paulo Veronesi Pavesi, de 10 anos, caiu de uma altura de 10 m no prédio onde morava, em Poços de Caldas.

O menino foi levado para o Hospital Pedro Sanches e, dois dias depois, foi transferido para a Santa Casa da cidade, onde os médicos teriam constatado a morte cerebral e os órgãos da criança foram retirados e transplantados.

De acordo com a Justiça, os profissionais adotaram procedimentos incorretos na declaração de morte e remoção dos órgãos de Paulo Veronesi. A suspeita é que o menino estava clinicamente vivo quando seus órgãos foram retirados.

O caso levou a uma investigação sobre irregularidades no esquema de transplante de órgãos em Poços de Caldas.

A conclusão do inquérito da Polícia Federal apontou que o exame para constatar a morte cerebral de Paulo Veronesi foi feito de forma irregular.

A investigação deu origem a outros inquéritos e a Santa Casa perdeu o credenciamento para realizar transplantes de órgãos. De acordo com o Ministério Público, a documentação que comprovou a morte encefálica do menino foi forjada com objetivo de tornar a criança uma doadora.

Em 30 de março de 2021, a justiça brasileira condenou dois médicos, José Luis Gomes da Silva e José Luis Bonfitto, que fizeram o atendimento de emergência de Pavesi, a 25 anos e 10 meses de prisão, respectivamente, e pagamento de multa. Marco Alexandre Pacheco da Fonseca foi absolvido pelo júri. Os outros médicos ainda serão julgados.

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