meio ambiente

Com blocos de carnaval e passeata comunidade tenta impedir mineração na Serra do Curral

Raquel Gontijo
raquel.maria@hojeemdia.com.br
27/04/2022 às 21:41.
Atualizado em 27/04/2022 às 21:45
 (Divulgação/Flickr PBH)

(Divulgação/Flickr PBH)

Um dos mais icônicos cartões postais de BH pede socorro: a Serra do Curral. Nesta quinta-feira (27), foliões puxam o bloco "Tira o pé da nossa Serra", a partir das 16h20, na Praça Raul Soares, na região central.

É uma tentativa de mobilizar a população para impedir a instalação de um complexo minerário na área da Serra do Curral. 

O movimento pretende pressionar o Conselho Estadual de Política Ambiental (COPAM-MG), que vai se reunir na sexta-feira (29) e para deliberar sobre a instalação de um grande empreendimento de exploração mineral.

Segundo os organizadores do Movimento Tira o Pé da Minha Serra, caso seja aprovada, a operação do Complexo Minerário da Serra do Taquaril "promoverá destruição irreparável em grande parte da Serra Curral e do Pico Belo Horizonte, símbolo da capital mineira que está na bandeira e no brasão da cidade."

O movimento denuncia ainda que, por estar ao lado de bairros como o Taquaril, Serra e Mangabeiras, "a TAMISA irá prejudicar seriamente a saúde da população com sua poeira, tráfego intenso de caminhões e constantes explosões de dinamite." 

Ainda de acordo com o movimento, "requerido pela Taquaril Mineração S.A. (TAMISA), o megaempreendimento é de propriedade da Construtora COWAN, responsável pelo viaduto Batalha dos Guararapes que caiu na Av. Pedro I em 2014 matando duas pessoas."

A Serra do Curral é tombada em âmbito municipal e federal. E está em fase final de tombamento a nível estadual, que, se aprovado, inviabilizaria a mineração. 

Na terça-feira (26), o Ministério Público (MPMG) ajuizou uma ação contra a empresa Taquaril Mineração S.A. (Tamisa) e a prefeitura de Nova Lima. O órgão pede ao Tribunal de Justiça (TJMG)  que suspenda a decisão da prefeitura da cidade que permite a instalação do empreendimento.

Ameaça ao meio ambiente

O empreendimento da mineradora Tamisa ameça o patrimônio tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Para o MPMG a área visada pela mineradora é preservada com vegetação nativa do bioma Mata Atlântica, classificada como Área Prioritária para Conservação da Biodiversidade Especial. 

O projeto da Tamisa inclui lavra a céu aberto de minério de ferro, unidade de tratamento de minerais, pilhas de rejeito estéril, estradas internas, bacias de contenção de sedimentos, estruturas e prédios administrativos. 

A manifestação está marcada para às 16h20, na Praça Raul Soares, região Central de BH. O Bloco Unificado de Carnaval “Tira o Pé da Minha Serra” partirá às 17h30. 

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