PCMG

Corregedoria vai apurar se policial teria vazado laudo pericial de Marília Mendonça

Raíssa Oliveira
raoliveira@hojeemdia.com.br
15/04/2023 às 16:39.
Atualizado em 15/04/2023 às 16:57
 (Marília Mendonça/Divulgação)

(Marília Mendonça/Divulgação)

A Corregedoria-Geral da Polícia Civil de Minas Gerais vai investigar se o vazamento do laudo pericial da cantora Marília Mendonça, publicadas na internet na quinta-feira (13), foi feito por agentes da segurança pública. A informação foi divulgada pela instituição na tarde deste sábado (15).

Marília Mendonça faleceu em novembro de 2021 após um acidente aéreo em Piedade de Caratinga, no Leste de Minas. Quase um ano e meio após a tragédia, na última quinta, a família da cantora foi surpreendida com a divulgação de fotos da autópsia e do laudo pericial na internet. Após repercussão do fato, a família acionou a Justiça e suplicou que as pessoas não compartilhassem as fotos.

De acordo com a Polícia Civil, desde o momento em que tomou conhecimento do caso, a instituição tomou providências no sentido de restringir ainda mais o acesso ao documento e de identificar o usuário do sistema responsável pelo vazamento.

Diante do fato, foi instaurado um procedimento pela Corregedoria-Geral - órgão que apura as más ações policiais - para apurar o vazamento, autoria e, consequentemente, responsabilização dos culpados. Ainda conforme a PC, um inquérito policial também foi aberto.

Em nota, a PCMG disse que não compactua com eventuais desvios de conduta de seus servidores, e garantiu que o caso será apurado com "rigor e celeridade". 

"A Polícia Civil reforça seu compromisso com o resguardo dos dados sensíveis que envolvem a investigação criminal em todas suas vertentes, bem como a punição de todos os servidores que eventualmente derem causa ao vazamento de dados, informações ou documentos de natureza sensível ou sigilosa", diz o comunicado.

Ainda conforme a PC, as medidas administrativas após apuração e direito à defesa podem ir desde o afastamento do servidor à demissão do cargo público.

O desrespeito ao corpo de uma pessoa é considerado crime de vilipêndio de cadáveres, previsto no artigo 212 do Código Penal Brasileiro. A pena varia entre um a três anos de reclusão e pagamento de multa.

Relembre o acidente

Uma aeronave de pequeno porte caiu em uma cachoeira de Piedade de Caratinga, próximo ao acesso da BR-474, na região do Vale do Rio Doce, por volta das 15h30, do dia 5 de novembro de 2021. Horas depois do acidente, o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais confirmou que Marília Mendonça estava entre as vítimas fatais. 

Além da morte da cantora, outros dois óbitos foram atestados pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) após queda da aeronave que trazia o artista e outros dois membros da sua equipe para Minas Gerais.

Morreram o produtor da cantora, Henrique Ribeiro, e seu tio Abicieli Silveira Dias Filho – nomes e óbitos também foram atestados pela assessoria da própria artista. O piloto e o copiloto, Geraldo Martins de Medeiros Júnior e Tarciso Pessoa Viana, também não sobreviveram à queda. 

O avião com a cantora sertaneja decolou de Goiânia, na tarde de 5 de novembro, com destino a Caratinga, onde Marília teria uma apresentação.

O inquérito que investiga a queda do avião ainda não foi concluído. Em novembro do ano passado, a PCMG afirmou que o caso só deve ser concluído após divulgação de relatório do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aéreos (Cenipa). O documento é necessário para descartar se houve falha mecânica no momento do acidente. 

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