pedido da corregedoria

Delegado suspeito de matar motorista de reboque em BH é preso novamente

Clara Mariz
@clara_mariz
30/07/2022 às 12:54.
Atualizado em 30/07/2022 às 13:08
 (Maurício Vieira / Hoje em Dia)

(Maurício Vieira / Hoje em Dia)

O delegado do Departamento Estadual de Combate ao Narcotráfico da Polícia Civil (Denarc), que matou a tiros um motorista de reboque na tarde de terça-feira (26), após uma briga de trânsito, foi preso novamente na manhã deste sábado (30). A confirmação foi feita pela instituição, que informou que o mandado de prisão foi cumprido após pedido da Corregedoria. 

Na quarta-feira (27), menos de 24h após o crime, o suspeito foi liberado pela Corregedoria por falta de “elementos jurídicos”. Em nota enviada pela PC, na ocasião, após ouvir testemunhas e analisar os dados colhidos pela perícia técnica e jurídica, a entidade responsável pelo inquérito liberou o delegado. Durante as investigações, imagens de câmeras de vigilância foram analisadas para esclarecer a ordem dos fatos da ocorrência. 

“A PCMG e, especialmente, a Corregedoria-Geral asseguram que o inquérito policial será concluído no prazo legal de 30 dias, com impessoalidade, imparcialidade e transparência, repudiando atitudes violentas, insensatas e incivilizadas de quaisquer pessoas, especialmente de seus servidores”, informou a instituição por meio de nota. 

Em depoimento, o suspeito alegou que agiu em legítima defesa. Segundo ele, a vítima teria fechado a viatura, que estava descaracterizada. O delegado teria, então, acelerado e parado à frente do caminhão e em seguida se identificado e ordenado que o motorista descesse do veículo. O homem teria desobedecido e acelerado o caminhão contra a viatura. Neste momento, o suspeito atirou. 

(Maurício Vieira / Hoje em Dia)

(Maurício Vieira / Hoje em Dia)

Revisão de provas 

Na quinta-feira (28) a defesa do motorista Anderson Cândido de Melo, de 48 anos, morto pelo delegado da Polícia Civil, informou que vai exigir a reconstituição dos fatos que acarretaram o episódio. Entre a revisão de provas estão se, como alega o suspeito, havia outro agente no local e se a cena do crime não foi adulterada. 

Raphael Nobre, advogado da família, afirmou ainda que após o sepultamento da vítima, iria pegar na Corregedoria da Polícia Civil a oitiva feita com o delegado e os laudos periciais para apresentar ao Ministério Público e pedir a prisão preventiva do agente público.

“É um absurdo que ele tenha sido solto. Uma pessoa suspeita de cometer um crime à luz do dia, no centro de BH”, disse. 

Além dessas medidas, a família informou que vai entrar com uma ação cível contra o Estado de Minas Gerais pedindo uma pensão para a esposa e filhas de Anderson. “A renda da família era dele. A Maria Regina é dona de casa, uma filha acabou de completar 18 anos e a outra é menor de idade. Nós também vamos pedir uma indenização”, finalizou o advogado da família. 

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