Dois dos oito pacientes consumiram cerveja com substância tóxica, aponta SES

Renata Galdino, Rosiane Cunha e Cinthya Oliveira
portal@hojeemdia.com.br
10/01/2020 às 08:03.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:14
 (Lucas Prates/Hoje em Dia)

(Lucas Prates/Hoje em Dia)

Exames de sangue de pelo menos dois dos oito homens hospitalizados em Minas deram positivo para a substância dietilenoglicol (DEG), encontrada em lotes da cerveja Belorizontina recolhidos nas casas dos pacientes. A informação foi confirmarda pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) na noite desta quinta-feira (5). 

Após o anúncio do laudo referente à cerveja, a pasta convocou a força-tarefa, que investiga o caso, “para definição de encaminhamentos médicos, epidemiológicos e da Vigilância Sanitária”. Uma reunião será realizada nesta sexta-feira (10). 

O laudo divulgado pela Polícia Civil aponta a presença da substância tóxica em cervejas da empresa mineira Backer. Os exames são preliminares e a corporação destaca não ser possível afirmar se a bebida contaminada teria relação com a doença misteriosa, que causou a internação dos oito homens. Um deles morreu na última terça-feira.

A solução dietilenoglicol (DEG) é um líquido sem cheiro que se mistura com água e solvente. Usado como anticongelante, em altas doses, se ingerido, pode causar intoxicação, com quadro de insuficiências renal e hepática. 

Os sintomas foram os mesmos apresentados pelos doentes atendidos em hospitais particulares, no Estado, no último mês. Até então, o único denominador em comum entre os casos era o fato de as vítimas, todos homens de 23 a 76 anos, serem moradores ou terem estado no bairro Buritis, região Oeste de Belo Horizonte.

Segundo o delegado Flávio Grossi, que participa das investigações, os peritos do Instituto de Criminalística analisaram quatro garrafas da Belorizontina. Conforme o laudo, os vasilhames foram recebidos lacrados e acondicionados “em envelopes de segurança da Vigilância Sanitária municipal”. 

“Não é possível a polícia, no atual estado das coisas afirmar a forma como essa substância foi localizada, porque ela estava dentro dessas amostras. É possível dizer apenas que foi identificada nessas duas amostras especificamente”, explicou Grossi.

Inquérito

Foi a partir do resultado do laudo que atestou dietilenoglicol na bebida, concluído na madrugada de ontem, que a corporação instaurou inquérito para apurar o caso. 

Durante o dia, policiais fizeram varredura na sede da Backer, no bairro Olhos d’Água, região Oeste da capital. Lá, segundo os investigadores, amostras foram coletadas e serão comparadas a outras já analisadas, referentes às vítimas.

Em nota, a cervejaria informou que o DEG não faz parte do processo da Belorizontina. A Backer garantiu estar à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos e contribuir com as investigações e que, por precaução, irá recolher os lotes suspeitos de contaminação.

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