Fhemig vai abrir sindicância contra servidora afastada desde 2017 que se vacinou contra Covid

Luiz Augusto Barros
luiz.junior@hojeemdia.com.br
25/01/2021 às 19:01.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:00
 (Divulgação/Fhemig)

(Divulgação/Fhemig)

A Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) vai abrir sindicância para apurar as condutas e eventuais responsabilidades no caso de uma servidora afastada desde 2017 que foi vacinada contra Covid-19 no Hospital Júlia Kubitschek, na última sexta-feira (22). A informação foi confirmada pelo órgão nesta segunda-feira (25).

"A servidora Neuza Pereira de Freitas, que originalmente integra os quadros do HJK, está afastada de suas funções para cumprir mandato sindical. Assim, como ela não está na linha de frente no combate ao novo coronavírus, não deveria ter sido imunizada". 

Conforme a Fhemig, a vacinação só foi possível porque, apesar do afastamento, o nome da sindicalista continuava ativo no Sistema de Apuração de Ponto do Trabalhador (SAPT) do hospital, de onde foram extraídos os dados para o recebimento das doses.

“A Fhemig reforça que, neste primeiro momento, em razão do limitado número de doses e seguindo o Plano Nacional de Imunização, apenas seus colaboradores que estão na linha de frente do combate à Covid-19 devem ser vacinados”, disse, em nota.

De acordo com a instituição, não houve convocação por parte da gestão do hospital para a servidora comparecer. “As vacinações acontecem por escala nos setores, prioritariamente os que atuam na linha de frente. Todos os servidores dos hospitais Eduardo de Menezes e Júlia Kubitschek, ativos em suas funções, serão vacinados, incluindo os terceirizados”, diz o comunicado. 

Neuza Freitas afirma que a lista foi elaborada pela própria Secretaria de Estado de Saúde (SES) e encaminhada ao hospital, que a convocou sim para ser imunizada.  

Segundo a sindicalista, ela recebeu uma mensagem que afirmava que servidores licenciados, em afastamento e de férias poderiam comparecer para tomar a dose contra a Covid-19. "O trabalhador que se recusasse poderia ser punido. Eu enfrentaria um processo administrativo e poderia até ser exonerada", explicou.

Ainda conforme a sindicalista, ela chegou a questionar a convocação. "Eu estava no hospital para resolver um problema com os tercerizados e fiquei sabendo que até ex-gestores aposentados também estavam na fila para tomar a vacina. A ordem foi para que todos os funcionários do hospital fossem imunizados".

Diante da repercussão do caso, ela fez um boletim de ocorrências e procurou o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) exigindo providências. "Porque meu nome estava na lista e estou sendo difamada e chamada de fura-fila. Outro diretor do sindicato também foi convocado e se vacinou".

Estado pode punir quem ‘furar a fila’

A Controladoria-Geral do Estado de Minas Gerais (CGE-MG) informou, na última sexta, que está trabalhando para garantir a integridade da ordem de prioridade da fila de vacinação.

“Furar a fila da vacinação é inadmissível. Se você desrespeita a ordem prioritária, impede a imunização de quem arrisca sua vida na linha de frente. A CGE vai reprimir duramente aqueles que tentarem se utilizar de privilégios para burlar as prioridades de vacinação”, afirmou o controlador-geral, Rodrigo Fontenelle.

Para fazer denúncias sobre a Covid-19, o cidadão pode acessar o site da Ouvidoria Geral. Outro canal disponível para quem quiser acompanhar as informações sobre a imunização é o Vacina Minas.

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