
O sexto caso de raiva humana em Minas, que estava em investigação pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), foi descartado, após exames laboratoriais. Até o momento, quatro mortes pela doença foram confirmadas e um foi descartado no Estado, todas elas na área rural de Bertinópolis, no Vale do Mucuri. A informação foi divulgada pela pasta nesta quinta-feira (28).
A suspeita que foi descartada pela SES-MG é de um adolescente de 17 anos, morador da zona rural de Teófilo Otoni, na região do Vale do Mucuri, que estava internado desde junho deste ano depois de apresentar sintomatologia neurológica. O garoto não possuía histórico de exposição a animal suspeito. Os resultados dos testes laboratoriais foram finalizados na última segunda-feira (25), e o resultado foi negativo.
No momento, Minas não possui nenhum caso de raiva humana em investigação. No entanto, a doença ainda gera preocupação no Estado. Na última terça (26), a prefeitura de Muzambinho, no Sul de Minas, emitiu um comunicado à população, alertando para um possível surto de raiva animal.
Mortes
Outros quatro casos já foram confirmados: o primeiro registro é de um paciente de 12 anos, do sexo masculino, que veio a óbito no início de abril. O segundo é de uma adolescente, também de 12 anos, atestado em 19 de abril. A menina veio a óbito dias depois. Segundo a SES, ambos os casos estão relacionados a mordidas pelo mesmo morcego.
O terceiro caso foi atestado em 26 de abril, após os exames constatarem que um menino, de 5 anos, também havia falecido em decorrência da enfermidade. Segundo o Governo de Minas, a criança não apresentava sinais de mordedura por morcego.
O quarto caso foi confirmado em 17 de junho depois que uma menina indígena, de 4 anos, morreu no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, na região Centro-Sul de BH. A criança apresentava quadro de encefalite viral, uma infecção do sistema nervoso que provoca a inflamação do cérebro. A menina, no entanto, não apresentava sinais de "mordedura ou arranhadura por morcego".
Todos os óbitos registrados são indivíduos da etnia Maxacali e viviam na reserva indígena de Pradinho, também em Bertópolis.
Um outro caso suspeito, de uma menina de 11 anos, teve resultado laboratorial descartado para raiva. A paciente teve as amostras coletadas devido ao parentesco com o segundo caso confirmado, no entanto, permaneceu em leito clínico, estável e em observação até a conclusão dos exames laboratoriais. Ela recebeu alta no início de maio.
Ações de prevenção
Na tentativa de evitar mais mortes, o Estado adotou medidas emergenciais, como a vacinação imediata de mais de duas mil pessoas - cobertura vacinal de 99,5%, e animais da região.
“Outras 2.416 pessoas já tomaram a segunda dose (96,6%), observando-se um intervalo de no mínimo sete dias. Em 16/05/2022, um total de 755 cães e gatos já haviam sido vacinados na zona rural de Bertópolis e região.”, diz a nota.