Incomunicável

Mineira presa com 14 quilos de cocaína na Tailândia está sem comunicação com a família

Vanda Sampaio
vsampaio@hojeemdia.com
23/03/2022 às 19:24.
Atualizado em 23/03/2022 às 19:27
Mineira presa na Tailândia foi condenada a 9 anos de prisão por tráfico internacional (Reprodução / Redes Sociais)

Mineira presa na Tailândia foi condenada a 9 anos de prisão por tráfico internacional (Reprodução / Redes Sociais)

Presa desde 14 de fevereiro na Tailândia, a mineira Mary Helen Coelho da silva, de 21 anos, ainda não conseguiu falar com a família e nem com o defensor público que vai atuar no caso em Bangkok.

A informação é do advogado Telêmaco Marrace que coordena os trabalhos de defesa no Brasil, a pedido da família.

“A lei tailandesa não é tão elástica assim, como em outros lugares do mundo. A videoconferência com os famíliares não é um direito, apenas uma concessão das autoridades”, explica Telêmaco.

Mary Helen foi presa assim que desembarcou no aeroporto de Bangcoc com 14 quilos de cocaína. Ela estava com dois brasileiros que também foram presos. A droga está avaliada em R$ 7,5 milhões.

A brasileira saiu de Pouso Alegre, no Sul de Minas, onde morava com a família, dizendo que iria para Curitiba se encontrar com um namorado que havia conhecido pelas redes sociais, segundo  informações de irmã Mariana Coelho. “Ela mandou mensagens dizendo que estava tudo bem”, relembra.

Mas na madrugada de 14 de fevereiro, a notícia da prisão chegou para a família pela própria Mary Hellen, que enviou uma mensagem de áudio chorando desesperada. Ela pediu ajuda da embaixada para que pudesse responder pelo crime no Brasil. Este foi o primeiro e único contato  da jovem com a família até agora. 

Na Tailândia, as leis para o tráfico internacional de drogas são severas e podem chegar a pena de morte. Hipótese descartada por Telêmaco. “A pena por esse tipo de crime  pode chegar de 5 a 20 anos de prisão. Mas, a pela quantidade de drogas apreendida, acreditamos que a pena chegue a 5, 6 anos de prisão”, avalia. 

Segundo o advogado, a informação do consulado brasileiro é de que Mary Hellen passa bem e já teve contato com um agente do consulado. A jovem teve covid, mas já se recuperou e foi retirada do isolamento. 

Telêmaco Marrace afirma que a audiência preliminar do caso ainda não foi marcada. A expectativa dele é de que o processo seja concluído entre 6 meses e um ano. Mas, como há recursos da defesa e da acusação, a sentença final deve sair em cerca de 3 anos. 

Estratégias da defesa 

Uma das estratégias da defesa brasileira é provar que Mary Hellen nunca teve envolvimento com o crime no Brasil. Cópias de certidões que comprovam que ela não tem antecedentes criminais ou processos criminais já foram enviadas, por e-mail, para a Tailândia.

Também foram enviados a cópia da carteira de trabalho e depoimentos de pessoas que conviveram com a jovem, como o chefe de onde ela trabalhava como garçonete. 

“Vamos tentar provar que Mary Hellen vem de uma família simples e que foi enganada por uma rede de tráfico internacional, com a promessa de uma viagem para a Ásia, sem saber que estava levando cocaína na mala”, declara o advogado criminalista Telêmaco Marrace, que coordena os trabalhos de defesa no Brasil. 

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