Padre de BH é removido das atividades após denúncia de assédio contra mulheres há mais de 20 anos

Lucas Sanches
@sanches_07
25/11/2021 às 11:53.
Atualizado em 05/12/2021 às 06:19
 (Banco de imagens/ Freepik)

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A Arquidiocese de Belo Horizonte removeu do ofício pastoral o padre Bernardino Batista dos Santos, de 73 anos, após denúncias de assédio cometido contra um grupo de mulheres há mais de 20 anos. A informação foi confirmada nessa quarta-feira (24).

O religioso atuou por anos como pároco na Igreja Santa Luzia, no bairro Paraíso, região Leste de BH. Depois que as denúncias vieram à tona, ele foi transferido para a Paróquia Cristo Rei, em Contagem, na região metropolitana. Entretanto, o idoso está totalmente afastado das funções desde 18 de novembro.

Em nota, a Arquidiocese de BH confirmou que procurou ouvir as autoras das denúncias desde o momento do primeiro relato. A entidade disse que fará investigação interna "paralelamente e em colaboração com as instâncias judiciais".

"Por norma canônica de cautela, e enquanto ocorrem as apurações, o padre deixa de exercer seu Ofício Pastoral, até que sejam concluídos os trabalhos da Comissão Arquidiocesana para a proteção de Crianças, Adolescentes e Vulneráveis e das instâncias competentes no caso", explicou também. 

A Polícia Civil, por sua vez, confirma o recebimento da denúncia e seguirá as investigações em sigilo. A corporação não vai divulgar informações no momento "para não atrapalhar os trabalhos policiais".

A reportagem do Hoje em Dia ainda não conseguiu contato com o padre Bernardino Batista dos Santos.

Mais uma vez

Esse é a segunda grande denúncia envolvendo assédio sexual praticado por membros da Igreja na Grande BH em cerca de um mês. No fim de outubro, um padre de 64 anos foi denunciado junto à PC por supostos abusos contra funcionárias de um colégio ligado à paróquia em Santa Luzia, na região metropolitana.

As vítimas alegavam que os abusos eram constantes e duraram ao menos dois anos. Relatos apontam que o religioso tentava, inclusive, comprar o silêncio das vítimas, com valores semanais que chegavam a R$ 400. 

Cerca de dez dias após a primeira denúncia, o pároco foi afastado das funções pela Arquidiocese de BH.

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