Depois da corrida aos postos de gasolina em Belo Horizonte na noite dessa quinta-feira (10), motoristas não encontram dificuldade ou lentidão para abastecer nesta sexta-feira (11). Após anúncio de novo reajuste na gasolina e no óleo diesel, filas se formaram em diversas unidades na capital e no interior, não só pela precaução em relação ao novo preço, mas pelo medo do desabastecimento.

Por outro lado, o cenário era de tranquilidade nesta sexta. A reportagem do Hoje em Dia percorreu postos na avenida Tereza Cristina, um dos principais corredores em BH, e não identificou filas ou estabelecimentos com falta de combustível. Funcionários e responsáveis por algumas unidades contaram que a movimentação realmente foi acima do normal na noite de quinta, mas eles não viram o fluxo se repetir nesta sexta.

Preços altos

Apesar da tranquilidade para abastecer, usuários já reclamam dos novos preços, e temem por mudanças no dia a dia para se adaptar à nova realidade. "Está cada vez mais inviável rodar, porque a cada vez que o combustível sobe, nosso ganho diminui", lamenta o motorista de aplicativo Felipe Garofolo, de 37 anos. Ele conta que sempre compensou mais abastecer o carro com gasolina, por conta do grande percurso feito diariamente.

Segundo o anúncio da Petrobras, o preço médio do litro do combustível vendido às distribuidoras passou de R$ 3,25 para R$ 3,86. Em BH, os postos estão revendendo a gasolina para o consumidor a mais de R$ 7. Nessa realidade, o motorista conta que já pensa em mudar de trabalho.

"A gente tem que pegar corridas que valham a pena para fechar o dia, e nisso vai ficar cada vez mais difícil pegar os aplicativos. Como sempre, é a população que vai sentir os maiores prejuízos. Com a última alta, já ficou difícil para mim, então já venho procurando novos trabalhos para ter alguma forma de pagar as contas", explica.

O também motorista de aplicativo, Adriano dos Reis, de 31 anos, tentou aproveitar o "preço antigo" nessa quinta (10), mas segundo ele já foi surpreendido com alterações nos postos. Ao abastecer novamente nesta sexta, ele lamentou que as pessoas tenham que se virar dessa forma para garantir o sustento em casa.

"Quando cheguei no posto ontem, eles já tinham mudado o preço, e estava R$ 0,60 mais caro. Isso faz uma diferença enorme no nosso bolso, porque abastecemos em grande quantidade. É um absurdo, cinco anos atrás o combustível custava metade desse preço, e ninguém vem fazendo nada para que o consumidor seja menos atingido", ressalta.

*Com Lucas Prates