tragédia em BH

Primo de vítima de feminicídio diz que autor confirmou o crime: ‘irmão, fiz merda. Ligue para o 190’

Homem, um policial penal, teria revelado ao atender ligação realizada em frente ao local do crime

Do HOJE EM DIA
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Publicado em 16/08/2025 às 15:00.Atualizado em 16/08/2025 às 15:52.
Primo de mulher vítima de feminicídio relata brigas do casal horas antes do crime (Maurício Vieira / Hoje em Dia)
Primo de mulher vítima de feminicídio relata brigas do casal horas antes do crime (Maurício Vieira / Hoje em Dia)

Um primo da mulher assassinada possivelmente pelo namorado, um policial  penal, revelou que o homem teria confirmado o crime ao atender uma ligação feita por ele na manhã deste sábado (16). Segundo o primo, o policial disse que “teria feito merda e era para ligar para o 190 (telefone de emergência da Polícia Militar)”.

O primo da vítima disse que o casal estava junto há cerca de cinco meses e que a mulher já teria tentado um rompimento da relação, mas que eles conseguiram reaver. Ainda segundo ele, uma perita teria confirmado que essa era a segunda vez que iria ao imóvel, sendo a primeira, por uma tentativa de homicídio. 

O homem contou que na noite desta sexta-feira (15), feriado em Belo Horizonte, o casal esteve em sua casa e cenas de discussões por motivos banais haviam ocorrido, com ele “tendo que intervir”. 

A primeira teria sido por ela ser cruzeirense e ele atleticano. A mulher fez uma brincadeira envolvendo os clubes que ele não teria gostado. Já a segunda, aconteceu após ela tirar uma selfie. Conforme o primo dela, o namorado queria estar na foto, além de exigir que ela publicasse a mesma. 

Um outro fato que o chamou atenção foi quando ela havia ido a uma janela do imóvel para fumar. “Ele direcionava o olhar para ela, tipo de possessão”, contou ele. 

NO PRÉDIO 

O primo da mulher só foi ao ao prédio onde aconteceu o crime após não ter as insistentes ligações retornadas pela mulher. Como consumiram cerveja na noite que aconteceu o assassinato, ele tentou um contato com eles para saberem se tinham chegado bem em casa.

Como não responderam, logo nas primeiras horas deste sábado, ele voltou a ligar. Sem sucesso, entendeu ao pedido da esposa para ir até o local, chegando às 9h por lá. “Quando chegamos aqui, eu continuei insistentemente a ligar. Ele atendeu o telefone e falou: irmão, fiz merda. Ligue para o 190”, revelou.  

O policial penal foi preso e levado pelos policiais para um hospital da capital com um corte profundo no abdômen. A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) lamentou a morte e revelou que o suspeito do crime estava afastado das atividades desde janeiro de 2024, por motivos psiquiátricos.

O Departamento Penitenciário (Depen) informou que será instaurado um procedimento administrativo pela Corregedoria em decorrência do fato e que está à disposição para auxiliar a Polícia Civil no que for preciso no inquérito policial que investigará o crime.

"É um sentimento de muita dor, porque nós nunca passamos por isso. Eu queria fazer uma pergunta para todos os poderes: até quando mães, pais e irmão vão chorar? Ninguém toma uma providência. Ele por ser policial penal, e aí?", indagou o primo vítima.  

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